terça-feira, 13 de outubro de 2009

Alimentos Funcionais - Berinjela


A berinjela (Solanum melongena, L.) é originária do leste e o do sudeste da Ásia e se difundiu pelo mundo a partir da Índia. Cultivada por pequenos produtores em praticamente todo o território brasileiro, a produção de berinjela sofre grandes perdas no período da safra devido ao excesso de oferta.
Nas primeiras décadas do século XX, foi confirmado que a berinjela (Solanum melongena L.) comum, escura, ingerida liquefeita crua e com casca é muito eficiente nesse particular, sendo procurado por pacientes com dislipidemia, principalmente, por possuir um efeito hipolipemiante, e hipocolesterolêmico além do alto teor de fibras contidas nesse alimento.
A dislipidemia é considerada um dos fatores de risco mais importantes para o desenvolvimento da doença arterial coronariana. Como resultado, tratamentos efetivos com fármacos foram desenvolvidos para combatê-la, porém, apresentam alto custo e efeitos colaterais. Considerando este fato, pacientes têm recorrido cada vez mais a tratamentos utilizando alimentos conhecidos científica e popularmente.
Vários autores demonstraram por testes em humanos e animais (ratos e coelhos) que esse vegetal tem a virtude de diminuir o colesterol e reduzir a ação das gorduras sobre o fígado, com o uso de suco de berinjela violeta escura com casca liquefeito com suco de laranja. Obtiveram com isso uma redução de até 30% no colesterol total e 43% na fração LDL-colesterol, sem alteração significativa das frações HDL-CL e VLDL-CL, bem como do peso corporal.
Estudos mostram que os Flavonóides isolados de S. melongena (berinjela)mostraram atividade antioxidante potente e os elevados níveis de glutationa e ação da catalase estimulada significativamente pode ser responsável pelo efeito antioxidante desses flavonóides. (Sudheesh et al., 1999).
Como foi dito, a berinjela possui um alto teor de fibras, além de possuir efeito hipolipemiante e hipocolesterolêmico, o que permite que a farinha de berinjela possa ser utilizada na elaboração de produtos de panificação (biscoitos e pães) e massas alimentícias, ampliando a oferta de produtos com alto teor de fibra, tanto para os consumidores sadios, quanto para aqueles que apresentam algumas patologias (constipação intestinal, alto nível de colesterol, obesidade, entre outras). O exemplo disso é o biscoito salgado que é aceito e consumido por pessoas de qualquer idade e possui poder atrativo, principalmente para as crianças. Sua longa vida de prateleira permite que sejam produzidos em grandes quantidades e largamente distribuídos. Um produto com tais características, aliadas a sua enorme diversidade, revela-se um bom veículo para o estudo de farinhas mistas, seja por razões econômicas, seja por razões nutricionais.
Por tudo isto, concluí-se que os resultados de pesquisas realizadas com a espécie Solanum melongena L. (berinjela) são de extrema importância para a redução da dislipidemia, em especial a hipercolesterolemia quando esta foi utilizada na forma de suco do fruto com casca. Todavia em alguns estudos citados nesta revisão é demonstrado que se faz necessário um aprofundamento maior sobre a sua eficácia, para que seus mitos e verdades venham a ser desvendados, comprovando seus benefícios sem causar danos à população que passe a utilizá-la, cabendo aos futuros pesquisadores este desafio.

Ingredientes do Biscoito de farinha de berinjela:

Farinha de trigo integral
Farinha de berinjela
Suco de limão
Gordura
Coco ralado
Flocos de aveia
Açúcar Mascavo
Sal

Referências:

FINCO, A.M.O., et al. Elaboração de biscoitos com adição de farinha de berinjela. Revista Brasileira de Tecnologia Agroindustrial. Paraná. ISSN: 1981-3686/ v.03,n.01: p.49-59, 2009.

PEREZ, Patrícia Maria Périco and GERMANI, Rogério. Elaboração de biscoitos tipo salgado, com alto teor de fibra alimentar, utilizando farinha de berinjela (Solanum melongena, L.). Ciênc. Tecnol. Aliment. [online]. 2007, vol.27, n.1, pp. 186-192.

GONCALVES, Maria da Conceição R. et al. Berinjela (Solanum melongena L.): mito ou realidade no combate as dislipidemias?. Rev. bras. farmacogn. [online]. 2006, vol.16, n.2, pp. 252-257.

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