terça-feira, 10 de novembro de 2009

Farmacovigilância e reações adversas às plantas medicinais e fitoterápicas: uma realidade


Atualmente, o uso de fitoterápicos e remédios a base de plantas medicinais vêm ganhando vários adeptos. Seu já conhecido efeito terapêutico atrai pessoas que prezam por um estilo de vida saudável, livre dos efeitos tóxicos normalmente conhecidos pelo uso constante de fármacos alopáticos.
Porém, o uso indiscriminado e sem orientação do médico ou nutricionista vêm trazendo alguns efeitos adversos diante da utilização de alguns remédios fitoterápicos.
A maior parte dos fitoterápicos que são utilizados atualmente por automedicação não tem o seu perfil tóxico bem conhecido (Capasso et al., 2000; Veiga-Junior VF 2008), Por outro lado, a utilização inadequada de um produto, mesmo de baixa toxicidade, pode induzir problemas graves desde que existam outros fatores de risco tais como contra-indicações ou uso concomitante de outros medicamentos (Coelho, 1998; Cordeiro et al., 2005; Amorim et al., 2007).
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) 65 a 80% da população mundial, especialmente em países em desenvolvimento, ainda confiam nos produtos a base de plantas medicinais no tratamento de suas doenças, ou utiliza a medicina tradicional (ou alternativa, não convencional, não ortodoxa ou medicina complementar) na atenção primaria à saúde (Rahman & Singhal, 2002). Esses produtos são utilizados para várias finalidades, sob diversas combinações (com medicamentos alopáticos, homeopáticos, entre outros) baseadas em evidências históricas ou pessoais, onde geralmente não é atribuído nenhum evento adverso (Calixto, 2000; Funari & Ferro, 2005).
O aumento no número de reações adversas é possivelmente justificado pelo aumento do uso de plantas medicinais (Gallo et al., 2000). Mais de 5000 suspeitas de reações adversas relacionadas ao uso de ervas foram informadas a OMS antes de 1996. Entre janeiro de 1993 e outubro de 1998, 2621 eventos adversos, incluindo 101 mortes, associadas com suplementos dietéticos foram informadas ao FDA, porém esses eventos adversos não foram bem reportados porque não há nos Estados Unidos nenhum sistema de monitorização como ocorre com os medicamentos convencionais (Adusumilli et al., 2002). Outro fator que contribui para não notificação são os médicos que sempre não reconhecem eventos adversos associados com o uso de fitoterápicos e que os pacientes não informam o uso de plantas durante a consulta (Rahman & Singhal, 2002; Adusumilli et al., 2002).
Em 1998, De Smet propôs um sistema de Classificação ATC (Classificação Anatômico-Terapêutica) de plantas medicinais com estruturas completamente compatíveis com um sistema regular. Foram divididos grupos de acordo com seu uso terapêutico a fim de evitar efeitos adversos a plantas medicinais como toxicidade, overdose e uso prolongado, interações com outros fármacos, reações alérgicas, miscelânea e substituições, falta de padronização, contaminação, adulteração, estocagem incorreta e rotulagem inapropriada.
Um dos objetivos principais da farmacovigilância é a detecção dos efeitos indesejáveis desconhecidos dos medicamentos e contribuir para a redução dos efeitos adversa na utilização destes, através de um acompanhamento sistemático.
Também ficou constatado, que é extremamente necessária a divulgação do programa de farmacovigilância entre os profissionais de saúde principalmente entre aqueles que prestam serviços de atenção primária, com o objetivo de alertar a comunidade do uso racional dos fitoterápicos.

Referências:
Rev. bras. farmacogn. vol.18 no.4 João Pessoa Oct./Dec. 2008; Patrícia Fernandes da Silveira*; Mary Anne Medeiros Bandeira; Paulo Sérgio Dourado Arrais
http://www.comciencia.br/reportagens/fito/fito1.htm acessado em 26 de setembro de 2009 ás 11:21.

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