quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Análise do perfil de automedicação em mulheres idosas brasileiras


Análise do perfil de automedicação em mulheres idosas brasileiras

A população de idosos brasileiros vem crescendo muito como conseqüência do aumento da expectativa de vida, estes idosos são provavelmente o grupo mais exposto à polifarmacoterapia na sociedade. A média de medicamentos utilizados por estes indivíduos é de dois a cinco medicamentos.
Alguns estudos têm demonstrado que as mulheres, em relação à idade, formam o grupo social que mais utiliza medicamentos, provavelmente por conseqüência de um pior estado funcional e de saúde auto-referidos e evidenciado por maior número de sintomas de depressão e hospitalizações.
Estima-se que 30% das admissões hospitalares de pacientes idosos são relacionadas a problemas com medicamentos, incluindo efeitos tóxicos advindos do seu uso.
No Brasil, o impacto dos problemas com medicamentos sobre as internações de idosos permanece por ser determinado.
Apesar de não ser um fenômeno único da modernidade, o consumo de medicamentos sem prescrição tem se tornado uma prática comum na população brasileira em todos os grupos etários. A sociedade se encontra excessivamente exposta à propaganda de medicamentos, sem ter o devido esclarecimento sobre os riscos associados ao seu uso.
Foi considerado automedicação o consumo declarado por cada idosa de medicamentos: i) sem prescrição por profissional habilitado, ii) indicados por leigos ou vendedores em farmácias e drogarias, e/ou iii) reaproveitados de terapias anteriores ou preparados de forma caseira (chás, pós, infusões, etc).
Assim sendo, as formas de interação medicamentosa encontradas são relevantes para o estado de saúde do idoso, haja vista que idosos normalmente apresentam-se mais susceptíveis aos efeitos terapêuticos e nocivos dos fármacos devido às alterações fisiológicas que acompanham o envelhecimento.
O presente estudo revela ainda como a prática da automedicação pode constituir fator de risco para problemas relacionados a medicamentos. Conforme observado, a utilização de medicamentos sem indicação por profissional habilitado pode aumentar o número de substâncias usadas por idosas, levando ao mascaramento de sintomas, a interações medicamentosas e a efeitos adversos possíveis.
A comercialização e consumo, sem qualquer tipo de barreira, de medicamentos sujeitos a prescrição e que envolvem risco à saúde sugerem a necessidade de regulamentação e fiscalização mais rigorosas da comercialização e dispensação de medicamentos no Brasil.











Ciência & Saúde Coletiva
Ciênc. saúde coletiva v.13 n.4 Rio de Janeiro jul./ago. 2008
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232008000400018&lng=pt&nrm=iso
Curso de Farmácia, Universidade Católica de Brasília
IICurso de Ciências Farmacêuticas, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília
IIIPrograma de Pós-Graduação em Gerontologia, Universidade Católica de Brasília

Consumo de medicamentos e internet: análise crítica de uma comunidade virtual


Consumo de medicamentos e internet: análise crítica de uma comunidade virtual



O uso indiscriminado e indevido de medicamentos constitui um grave problema de saúde pública, principalmente nos casos de automedicação, ou seja, na ausência de prescrição médica. Da mesma forma, a reutilização de receitas antigas pode ser caracterizada como automedicação, uma vez que o medicamento em questão pode não ser necessariamente de uso continuado.
A automedicação, assim como a prescrição errônea, pode resultar em efeitos indesejáveis, desde o mascaramento de doenças em evolução até o surgimento de enfermidades iatrogênicas.
A informação encontrada em sites e grupos de discussão, principalmente aqueles destinados a discutir doenças, é a principal responsável pela promoção da automedicação na internet. Muitas vezes, informações como indicação e posologia estão disponíveis, permitindo que um indivíduo inicie um tratamento sem uma prévia consulta ao médico e o correto diagnóstico.
As informações sobre os riscos dos medicamentos e efeitos colaterais estão sonegadas ou subestimadas nos sites, recaindo sobre o consumidor o julgamento se a informação é de qualidade e confiável, o que para um indivíduo sem conhecimento técnico torna-se difícil.
A internet amplia vertiginosamente o acesso do indivíduo à comunicação, ao entretenimento e à informação. Através da rede, comunidades virtuais surgem para troca de experiências numa escala sem precedentes.
O perfil encontrado nesse estudo foi de jovens entre 18 e 20 anos, predominantemente do sexo masculino e com escolaridade média. Verificou-se a partir da análise dos comentários, uma tendência ao consumo de 16 a 20 drágeas do medicamento e outras drogas para atingir os efeitos desejados, acompanhadas ou não de álcool, com o predomínio dos seguintes efeitos: alucinações visuais, insônia e distúrbios gastrointestinais. Pôde-se identificar nos diálogos, duas correntes: uma, que incentiva seu uso não-terapêutico e outra, que o desaconselha.
Uma comunidade virtual organizada em torno da discussão de uso não-terapêutico de um medicamento pode contribuir para a sua promoção, principalmente em jovens. Tal fato reforça a necessidade de maiores campanhas de alerta sobre a automedicação e o cumprimento das leis sanitárias pelas farmácias e drogarias e o fortalecimento das ações de vigilância e fiscalização.
A naturalidade expressa pelos indivíduos ao relatarem um uso não-terapêutico de um medicamento sugere a necessidade de intensificação das campanhas de alerta sobre os perigos da automedicação e de maior atenção sobre a promoção do uso indevido de medicamentos, principalmente na internet.

















Revista da Associação Médica Brasileira
Rev. Assoc. Med. Bras. v.54 n.3 São
Paulo maio/jun. 2008
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302008000300015&lng=pt&nrm=iso
João Fábio R. de Souza*; Carmem L. C. Marinho; Maria Cristina R. Guilam

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Farmacovigilância e reações adversas às plantas medicinais e fitoterápicas: uma realidade


Atualmente, o uso de fitoterápicos e remédios a base de plantas medicinais vêm ganhando vários adeptos. Seu já conhecido efeito terapêutico atrai pessoas que prezam por um estilo de vida saudável, livre dos efeitos tóxicos normalmente conhecidos pelo uso constante de fármacos alopáticos.
Porém, o uso indiscriminado e sem orientação do médico ou nutricionista vêm trazendo alguns efeitos adversos diante da utilização de alguns remédios fitoterápicos.
A maior parte dos fitoterápicos que são utilizados atualmente por automedicação não tem o seu perfil tóxico bem conhecido (Capasso et al., 2000; Veiga-Junior VF 2008), Por outro lado, a utilização inadequada de um produto, mesmo de baixa toxicidade, pode induzir problemas graves desde que existam outros fatores de risco tais como contra-indicações ou uso concomitante de outros medicamentos (Coelho, 1998; Cordeiro et al., 2005; Amorim et al., 2007).
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) 65 a 80% da população mundial, especialmente em países em desenvolvimento, ainda confiam nos produtos a base de plantas medicinais no tratamento de suas doenças, ou utiliza a medicina tradicional (ou alternativa, não convencional, não ortodoxa ou medicina complementar) na atenção primaria à saúde (Rahman & Singhal, 2002). Esses produtos são utilizados para várias finalidades, sob diversas combinações (com medicamentos alopáticos, homeopáticos, entre outros) baseadas em evidências históricas ou pessoais, onde geralmente não é atribuído nenhum evento adverso (Calixto, 2000; Funari & Ferro, 2005).
O aumento no número de reações adversas é possivelmente justificado pelo aumento do uso de plantas medicinais (Gallo et al., 2000). Mais de 5000 suspeitas de reações adversas relacionadas ao uso de ervas foram informadas a OMS antes de 1996. Entre janeiro de 1993 e outubro de 1998, 2621 eventos adversos, incluindo 101 mortes, associadas com suplementos dietéticos foram informadas ao FDA, porém esses eventos adversos não foram bem reportados porque não há nos Estados Unidos nenhum sistema de monitorização como ocorre com os medicamentos convencionais (Adusumilli et al., 2002). Outro fator que contribui para não notificação são os médicos que sempre não reconhecem eventos adversos associados com o uso de fitoterápicos e que os pacientes não informam o uso de plantas durante a consulta (Rahman & Singhal, 2002; Adusumilli et al., 2002).
Em 1998, De Smet propôs um sistema de Classificação ATC (Classificação Anatômico-Terapêutica) de plantas medicinais com estruturas completamente compatíveis com um sistema regular. Foram divididos grupos de acordo com seu uso terapêutico a fim de evitar efeitos adversos a plantas medicinais como toxicidade, overdose e uso prolongado, interações com outros fármacos, reações alérgicas, miscelânea e substituições, falta de padronização, contaminação, adulteração, estocagem incorreta e rotulagem inapropriada.
Um dos objetivos principais da farmacovigilância é a detecção dos efeitos indesejáveis desconhecidos dos medicamentos e contribuir para a redução dos efeitos adversa na utilização destes, através de um acompanhamento sistemático.
Também ficou constatado, que é extremamente necessária a divulgação do programa de farmacovigilância entre os profissionais de saúde principalmente entre aqueles que prestam serviços de atenção primária, com o objetivo de alertar a comunidade do uso racional dos fitoterápicos.

Referências:
Rev. bras. farmacogn. vol.18 no.4 João Pessoa Oct./Dec. 2008; Patrícia Fernandes da Silveira*; Mary Anne Medeiros Bandeira; Paulo Sérgio Dourado Arrais
http://www.comciencia.br/reportagens/fito/fito1.htm acessado em 26 de setembro de 2009 ás 11:21.

Prevalência do uso de medicamentos na gravidez e relações com as características maternas


No Brasil há crescente prática da automedicação, que somada a geniosidade do marketing, expõem inúmeras pessoas ao perigo. Perigo este que aumenta durante o período gestacional, Gestantes devem ter cuidado redobrado ao tomar medicamentos,Pois o uso indiscriminado do mesmo pode causar efeitos danosos no feto resultando em toxicidade com possíveis lesões irreversíveis .Em um estudo foi feito para verificada a prevalência do uso de medicamentos, durante a gravidez, em 1.620 mulheres que deram à luz em cinco hospitais de atendimento público, privado ou conveniado, da cidade de São Paulo, de julho a setembro de 1993 tendo como foco as características maternas, grupos farmacológicos e fonte de indicação.A relação entre escolaridade materna e atendimento hospitalar revelou desigualdade social no acesso aos diversos tipos de serviço de assistência ao parto. A prevalência do uso de pelo menos um medicamento foi de 97,6%, com média de 4,2 medicamentos por mulher. A prevalência do uso de medicamentos por indicação médica e por automedicação foi de 94,9% e 33,5%, respectivamente. As medicações mais usadas, excluindo-se as vitaminas, sais minerais e vacinas, foram os analgésicos, antiácidos, antieméticos e antiespasmódicos. Usuárias com maior uso de medicamentos tiveram as seguintes características: acima de 29 anos de idade, casadas, terceiro grau completo, atividade remunerada e acesso aos serviços privados de saúde. A assistência médica desempenhou papel facilitador no acesso ao uso de medicamentos durante o período gestacional. As mulheres deveriam ser conscientizadas dos riscos em potencial a que expõem seus fetos ao fazerem uso de tantas medicações. O pré-natalista deveria repensar seu papel diante desta problemática.


Referências:
Keila R O Gomes, Antonio F Moron, Rebeca de Souza e Silva e Arnaldo Augusto Franco de Siqueira;Departamento de Saúde Materno-Infantil da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. São Paulo, SP - Brasil (KROG, AFM, AAFS); Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, SP - Brasil (RSS)

domingo, 8 de novembro de 2009

Chá de Camomila

Matricaria chamomilla var. recutita é uma planta herbácea, anual, aromática, pertencente à família Asteraceae, nativa dos campos da Europa e aclimatada em algumas regiões da Ásia e nos países latinos. A parte da planta utilizada para fins terapêuticos é constituída dos seus capítulos florais secos. A partir de suas flores, se obtém óleo essencial contendo camazuleno, camaviolono e abisabolol. As flores de camomila possuem terpenóides e lactonas sesquiterpênicas com atividades biológicas, polissacarídeos imunoestimulantes, ésteres bicíclicos com atividade espasmolítica, flavonóides de ação bacteriostática e tricomonicidas, e a apigenina com propriedades ansiolítica e sedativa. A quercetina é um flavonóide presente na camomila com diversas propriedades; tais como antiinflamatória, antivirótica, antioxidante e antimicrobiana.
As propriedades curativas da flor de camomila vêm sendo apreciadas desde os tempos dos antigos egípcios, romanos e gregos. Das duas variedades básicas, a eurasiana é a mais usada (e barata). Ambas são seguras, eficazes e não tóxicas.
Os ingredientes da camomila são biologicamente ativos, de maneira que justificam os muitos benefícios descritos ao longo dos séculos.
Apresenta propriedades até opostas: o chá das flores de camomila é calmante, mas também tônico. Eis uma planta maravilhosa para a digestão, a insuficiência gástrica, os espasmos estomacais e a diarréia infantil causada pelo excesso de calor.
Basta 01 colher de chá de flores de camomila em 01 xícara de água fervente, que se toma em 02 vezes, para se sentir alívio. Tomando 1hora antes do jantar, aguça o apetite. Caso se queira fazer uma quantidade maior de chá, a fórmula é: 30 flores para 1 litro de água fervente. Deixa-se curtir durante 15 minutos e côa.



Referências:


Rosenfeld, Isadore. O guia de medicina alternativa o que funciona, o que não funciona e o que é melhor para você. Rio de Janeiro. 1999.


Weil, Robert. As ervas que curam. Ed.Groud. 1991.


De Souza,José Roberto P .; Rocha,Juliana N.;Melo, Juliana M.;Nixdorf, Suzana Lucy. Ação do estresse térmico na sobrevivência de mudas e produção de camomila originadas de sementes importadas e nacionais. Associação Brasileira de Olericultura

AUTO MEDICAÇÃO EM CRIANÇAS E ADOLESC.ENTES



AUTO MEDICAÇÃO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES.


O conceito de automedicação abrange as diversas formas pelas quais o individuo ou responsáveis decidem sem avaliação médica, o medicamento e como irão utilizá-los para alivio sintomática e “cura’’ compartilhando qualquer tipo de fármacos com outros membros da família ou circulo social, utilizando prescrições antigas ou descumprindo a prescrição do profissional de saúde.
Um estudo feito em cidades no interior do estado de São Paulo,especificamente nas cidades de Limeira e Piracicaba,revelou o alto índice de automedicação entre crianças e adolescentes em tais locais.
Os domicílios foram selecionados de maneira aleatória, os dados foram coletados por seis entrevistadores previamente treinados em estudo piloto para validação da coleta, empregando um questionário com perguntas abertas e fechadas.
Dentre as variáveis, foram considerados dois conjuntos: sócio-demograficas e utilização de serviços saúde pública ou privada.
Os resultados mostraram que a idade media dos indivíduos automedicados foi de 5,2 á 9,6 anos e de 6,6 á 4,9 anos naqueles que utilizaram medicamentos segundo a prescrição médica.
A maioria dos participantes residia em casas de alvenaria (98,4%) e possuía rede de esgoto (98,1%), rede publica de abastecimento de água (98,8%) e serviço publico de coleta de lixo (98,8%).
As principais situações de saúde que motivaram a automedicação foram tosse, resfriado, comum, gripe, congestão nasal ou bronco espasmo (17,2%); febre (15%), diarréia, má digestão e cólica abdominal (9%). Na automedicação, 51% dos medicamentos foram indicados pela mãe e 7,8% pelos pais, 20,1% por funcionários de farmácia, 15,3% decorreram da utilização de prescrições médicas antigas para a criança ou outro membro da família e 1,8% decorrentes de influências da mídia.

Os resultados encontrados no presente estudo confirmam a alta prevalência de automedicação em crianças e adolescentes, o que se torna um fator preocupante para a sociedade. Tal atitude tem sido atribuída a papeis sociais da família, dentre eles, o de prover a saúde dos seus filhos.
Tal discussão reforça a necessidade de uma política publica para a definição de intervenções e estratégias de promoção da saúde,trazendo programas que visem a conscientização da população frente á automedicação,mostrando os riscos que ela poderá trazer.

Fontes:
Jornal de Pediatria; Porto Alegre, Set/Out 2007; Francis S.V.T Pereira;Fabio Bucaretchi;Celso Stephan;Ricardo Cordeiro;Automedicação em crianças e adolescentes.

http://inovabrasil.blogspot.com/2007/12/pesquisa-revela-prevalncia-de.html acessado em 24 de setembro de 2009 ás 20:30.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009


Análise das internações hospitalares de crianças menores de um ano relacionadas a intoxicações e efeitos adversos de medicamentos no Brasil


A sociedade moderna atribui um alto valor ao consumo de medicamentos na sua prática cotidiana, onde muitos acreditam comprar "saúde" no balcão de uma farmácia.O mercado constantemente oferece novidades terapêuticas, e alguns medicamentos já existentes ganham novas indicações de uso. Para consumir cada vez mais os medicamentos existentes no mercado, a população sofre pressão de diferentes setores, como a indústria farmacêutica, as agências de publicidade e as empresas de comunicação. Este excesso de consumo eleva o número de intoxicações e efeitos adversos; afinal, é sabido que todo medicamento apresenta um potencial de risco.As crianças estão inseridas nesta realidade. Segundo um estudo realizado por Silva et al.6, existe um alto consumo de medicamentos em praticamente todas as faixas etárias. Este estudo também revela que, na ausência de orientação médica, a mãe aparece como a principal orientadora do consumo de medicamentos. Diante da importância das intoxicações medicamentosas em crianças menores de um ano e pelo fato desta faixa etária ser pouco explorada pela literatura, pretende-se identificar os grupos de medicamentos mais envolvidos com as internações relacionadas a intoxicações e efeitos adversos nesse grupo etário, associando-os com a idade das crianças subdivididas em dias e meses e com as possíveis causas capazes de justificá-las.É importante ressaltar que os casos de intoxicação e efeito adverso de medicamento abordados nesse estudo são provenientes de internações hospitalares e, portanto, sugerem maior gravidade. Dessa forma, comparações com dados provenientes de outras fontes devem ser feitas com ressalvas. As internações registradas com idade de zero dias suscitam alguns questionamentos que vão desde a qualidade do registro desta idade até as causas de uma intoxicação ou efeito adverso de medicamento em uma idade tão tenra.É importante que todas as medicações utilizadas na faixa etária pediátrica tenham as suas doses calculadas corretamente, baseadas no peso da criança.No período compreendido entre os anos de 2003 a 2005, 1.063 crianças menores de um ano foram internadas em hospitais públicos ou conveniados do país em conseqüência direta ou indireta de intoxicações ou efeitos adversos de medicamentos. Ao trabalhar com crianças menores de 1 ano, as intoxicações acidentais causadas pelas próprias crianças, tão comuns na faixa etária de 1 a 4 anos.As principais causas capazes de justificar as ocorrências de internações de crianças menores de 1 ano, relacionadas a intoxicações por medicamentos, foram: erros de administração, prescrições médicas inadequadas, administração de medicamentos feita pelos responsáveis sem orientação médica, abstinência e, sobretudo, o uso materno de medicamentos, com ou sem orientação médica, que acaba intoxicando a criança por via transplacentária ou aleitamento.


Referências:
Marise de Araújo LessaI; Rosany BochnerII;Análise das internações hospitalares de crianças menores de um ano relacionadas a intoxicações e efeitos adversos de medicamentos no Brasil;Rev. bras. epidemiol. v.11 n.4 São Paulo dez. 2008

Auto Medicação na Gravidez


No Brasil há crescente prática da automedicação, que somada a geniosidade do marketing, expõem inúmeras pessoas ao perigo. Perigo este que aumenta durante o período gestacional, Gestantes devem ter cuidado redobrado ao tomar medicamentos,Pois o uso indiscriminado do mesmo pode causar efeitos danosos no feto resultando em toxicidade com possíveis lesões irreversíveis .Em um estudo foi feito para verificada a prevalência do uso de medicamentos, durante a gravidez, em 1.620 mulheres que deram à luz em cinco hospitais de atendimento público, privado ou conveniado, da cidade de São Paulo, de julho a setembro de 1993 tendo como foco as características maternas, grupos farmacológicos e fonte de indicação.A relação entre escolaridade materna e atendimento hospitalar revelou desigualdade social no acesso aos diversos tipos de serviço de assistência ao parto. A prevalência do uso de pelo menos um medicamento foi de 97,6%, com média de 4,2 medicamentos por mulher. A prevalência do uso de medicamentos por indicação médica e por automedicação foi de 94,9% e 33,5%, respectivamente. As medicações mais usadas, excluindo-se as vitaminas, sais minerais e vacinas, foram os analgésicos, antiácidos, antieméticos e antiespasmódicos. Usuárias com maior uso de medicamentos tiveram as seguintes características: acima de 29 anos de idade, casadas, terceiro grau completo, atividade remunerada e acesso aos serviços privados de saúde. A assistência médica desempenhou papel facilitador no acesso ao uso de medicamentos durante o período gestacional. As mulheres deveriam ser conscientizadas dos riscos em potencial a que expõem seus fetos ao fazerem uso de tantas medicações. O pré-natalista deveria repensar seu papel diante desta problemática.


Referências:Keila R O Gomes, Antonio F Moron, Rebeca de Souza e Silva e Arnaldo Augusto Franco de Siqueira;Prevalência do uso de medicamentos na gravidez e relações com as características maternas;Rev. Saúde Pública v.33 n.3 São Paulo jun. 1999

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Alimentos Funcionais: COGUMELO-DO-SOL


O Agaricus blazei, um cogumelo nativo do Brasil, descoberto na cidade de Piedade, Estado de São Paulo. Vem sendo cultivado, comercialmente, desde o início da década de 1990 e a maior produção encontra-se no estado de São Paulo, onde o cultivo é feito nas épocas de primavera e verão. O basidiocarpo de A. blazei é composto de 40-45% de proteínas, 38-45% de carboidratos, 6-8% de fibras, 5-7% de minerais e 3-5% de gordura (valores baseados em relação à matéria-seca). Contêm ainda as vitaminas B1, B2 e niacina e teores elevados de potássio e cálcio, tornando-se desta forma um alimento antioxidante. Sua propriedade antioxidante pode estar associada à sua alta concentração de tocoferóis. O A. blazei foi enviado para o Japão para estudos de suas propriedades medicinais e desde a descoberta de suas propriedades anti-tumorais comprovadas em cobaias, o Japão passou a importar esse cogumelo do Brasil.

São conhecidas cerca de 2.000 espécies de cogumelos potencialmente comestíveis, porém, apenas 25 delas são normalmente utilizadas na alimentação humana e um número ainda menor tem sido comercialmente cultivado. Os cogumelos são considerados por muitos pesquisadores como alimentos funcionais fisiológicos, fato que tem estimulado também os produtores brasileiros na busca de técnicas mais produtivas e na introdução de novas espécies. A utilização de certas espécies, em forma de chás ou cápsulas, como preventivo de algumas doenças, também acelerou a produção de cogumelos.

O A. blazei apresenta várias propriedades como ações anti-mutagênica, bactericida e estimulante das atividades imunológicas do organismo humano, além da presença de diversos compostos anti-tumorais. Essa espécie é popularmente conhecida como cogumelo–do-sol, cogumelo–de-deus e cogumelo-piedade e tem sido amplamente consumida em diferentes partes do mundo em razão das suas propriedades medicinais, sendo utilizada como alimento funcional para prevenção de diversas doenças. O A. blazei Murill vem sendo usado como um estimulante do sistema imunológico e no tratamento de várias doenças, incluindo o câncer. É utilizado também para doenças cardíacas, diabetes e artrites, dentre outras. No Brasil é empregado tradicionalmente como um alimento para a prevenção do câncer, da hiperlipidemia, da arteriosclerose e da hepatite crônica.

Existem diversas formas de consumir o A. blazei, confira abaixo:

  • Hidratado: Utilize o A. blazei hidratado em refogados de legumes, carnes, saladas, omeletes, recheios de tortas, etc.
  • Em pó: Adicione diretamente o A. blazei em pó a vitaminas, sucos, leite, cremes, cereais matinais, etc.
  • Desidratado: Adicione diretamente no preparo de pratos que requeiram um tempo maior de cozimento (em panela de pressão, por exemplo). O A. blazei desidratado pode ser adicionado diretamente no cozimento do feijão, a molhos, sopas, cozidos de legumes, etc.
  • Hidratado: Para hidratar o A. blazei basta deixá-lo de molho em água filtrada por ½ hora antes do preparo do prato.
    Não jogue fora a água usada para hidratação. Utilize-a no preparo de outros alimentos.
    Cada 100g do cogumelo A. blazei desidratado corresponde a 1kg de cogumelo fresco.


Referências Bibliográficas:

DIAS, Eustáquio Souza; ABE, Carlos and SCHWAN, Rosane Freitas. Truths and myths about the mushroom Agaricus blazei. Sci. agric. (Piracicaba, Braz.) [online]. 2004, vol.61, n.5, pp. 545-549. ISSN 0103-9016.

SINGI, Glenan et al. Efeitos agudos da aplicação endovenosa do cogumelo-do-sol (Agaricus blazei Murill) sobre a pressão arterial média e a freqüência cardíaca de ratos anestesiados. Rev. bras. farmacogn. [online]. 2006, vol.16, n.4, pp. 480-484. ISSN 0102-695X.

SILVA, Ana Carolina da; OLIVEIRA, Marcel de Campos; DEL RE, Patrícia Vieira and JORGE, Neuza. Utilização de extrato de cogumelo como antioxidante natural em óleo vegetal. Ciênc. agrotec. [online]. 2009, vol.33, n.4, pp. 1103-1108. ISSN 1413-7054.

PARK, Yong K.; IKEGAKI, Masaharu; ALENCAR, Severino M. and AGUIAR, Claudio L.. Determinação da concentração de beta-glucano em cogumelo Agaricus blazei Murill por método enzimático. Ciênc. Tecnol. Aliment. [online]. 2003, vol.23, n.3, pp. 312-316. ISSN 0101-2061.

MACHADO, Alexandre Magno Batista; DIAS, Eustáquio Souza; SANTOS, Éder Clementino dos and FREITAS, Rilke Tadeu Fonseca de. Composto exaurido do cogumelo Agaricus blazei na dieta de frangos de corte. R. Bras. Zootec. [online]. 2007, vol.36, n.4, suppl., pp. 1113-1118. ISSN 1516-3598.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Alimentos funcionais: Brássicas( Brócolis, Couve e Repolho)




A família Brassicaceae (Cruciferae) apresenta várias espécies economicamente importantes para o uso como hortaliças, forragens, óleo, bem como plantas ornamentais e medicinais. O consumo de vegetais crucíferos, particularmente o brócolis, tem sido associado com a redução do risco de câncer de mama em mulheres na pré-menopausa, devendo ser consumidos diariamente. Além dos efeitos anticarcinogênicos, as brássicas são nutricionalmente importantes devido aos elevados teores de vitamina C, minerais e fibras, encontrados nas inflorescências e folhas dessas hortaliças.
A procura por uma alimentação mais saudável e nutritiva tem levado a incrementos no consumo de hortaliças no país, estimulando o setor produtivo e aumentando a exigência quanto à qualidade dos produtos e processos empregados na condução dos campos de produção. No caso das brássicas, como repolho, brócolis e couve, isso não é diferente, notadamente em razão de sua importância como alimentos funcionais.
O brócolis é uma hortaliça de importante valor econômico, bem como fonte de vitamina C e de substâncias com propriedades anticarcinogênicas.
A couve (Brassica oleracea L. var. acephala D.C.) é uma planta que apresenta grande diversidade, tendo descrito que o tipo manteiga é um dos 22 tipos encontrados no Brasil. O aporte calórico reduzido da couve, seu baixo teor de glucídios e seu bom efeito de saciedade lhes dão um lugar especial nos regimes de emagrecimento e na alimentação do diabético.
O boro, além de ser nutriente de plantas, é essencial para o homem e atua no metabolismo de nutrientes e de substratos energéticos, no funcionamento do cérebro e na performance psicomotora e cognitiva. Suas principais fontes são as frutas, os grãos de leguminosas e as hortaliças. Entre as hortaliças ricas em boro estão o rabanete, a beterraba, a cenoura e as brássicas e, no grupo destas últimas, o brócolis, o repolho e a couve-flor são as mais consumidas. A ingestão diária de boro por uma pessoa adulta deve ser de 1 a 13 mg. O consumo de três porções diárias de vegetais como brócolis e repolho pode reduzir, até pela metade, o risco de câncer de próstata, revelou um estudo do Centro de Pesquisas do Câncer Fred Hutchinson, em Seattle, nos Estados Unidos.

DICA PARA O PREPARO E COCÇÃO DAS BRÁSSICAS:

• Fazer o Pré-Prepararo das hortaliças o mais próximo possível da hora de Cozinhá-las;
• Preparar as hortaliças inteiras ou subdividi-las o menos possível para preservá-las de perder vitaminas e minerais;
• Cozinhas as hortaliças o mais próximo possível da hora de servi-la;
• Cozinhar as hortaliças em pequenas quantidades de água, apenas para cobrir o vegetal, pois todas as substancia solúveis (proteínas, glicídios, sais minerais, vitaminas, substancias extrativas, pigmentos, ácidos e taninos) podem passar para o meio de cocção. As perdas são tanto maiores quanto maior for o volume de água usado. Escorrer a água antes de colocar a hortaliça na panela;
• Nunca adicionar bicarbonato de sódio ao meio de cocção;
• Observar o “ponto” de cocção para cada hortaliça, devendo ficar apenas tenra, abrandada, sem desintegrar-se. É importante conservar a forma, por motivos estéticos e para a redução de perdas nutricionais;
• Colocar as hortaliças na água já em ebulição para encurtar o tempo de cocção;
• Cozinhas vegetais folhosos de folhas duras em panela destampada e em bastante água em ebulição e curto tempo de cocção, para conservar a cor verde;
• Colocar os folhosos de folhas novas e tenras como mínimo de água em panela abafada, para cozinhar rapidamente, sem prejudicar a cor;
• Cozinhar as hortaliças de sabor forte, ricas em enxofre – repolho, couve-flor-, em panela destampada e em quantidade maior de água, para a volatilização dos ácidos aromáticos. Cozinha-las demais produz sabor indesejável e escurece-lhes a cor;
• Cozinhar a couve-flor e os brócolis com o talo voltado para baixo;
• Usar a água de cocção de hortaliças para sopas, molhos e ensopados;
• Consuma de preferência o repolho roxo cru, para não perder a sua vitamina C e sua extrema riqueza de caroteno.


O que acha de incluir essas hortaliças na sua alimentação diária?

Referências:

SANTOS, Mônica Alessandra Teixeira dos. Efeito do cozimento sobre alguns fatores antinutricionais em folhas de brócoli, couve- flor e couve. Ciênc. agrotec. [online]. 2006, vol.30, n.2, pp. 294-301. ISSN.
COSTA, Caroline J; TRZECIAK, Mário B and VILLELA, Francisco A. Potencial fisiológico de sementes de brássicas com ênfase no teste de envelhecimento acelerado. Hortic. Bras. [online]. 2008, vol.26, n.2, pp. 144-148. ISSN.
PIZETTA, Luiz Carlos; FERREIRA, Manoel Evaristo; CRUZ, Mara Cristina P. da and BARBOSA, José Carlos. Resposta de brócolis, couve-flor e repolho à adubação com boro em solo arenoso. Hortic. Bras. [online]. 2005, vol.23, n.1, pp. 51-56. ISSN.
SAWAZAKI, HAIKO ENOK; NAGAI, IROSHI and SODEK, LADASLAV. CARACTERIZAÇÃO DA VARIABILIDADE GENÉTICA EM COUVE-MANTEIGA UTILIZANDO ISOENZIMAS E RAPD. Bragantia [online]. 1997, vol.56, n.1, pp. 09-19. ISSN
CARVALHO, Paulo de Tarso and CLEMENTE, Edmar. The influence of the broccoli (Brassica oleracea var. itálica) fill weigth on postharvest quality. Ciênc. Tecnol. Aliment. [online]. 2004, vol.24, n.4, pp. 646-651. ISSN.
DUKAN, Pierre, 1941 - Dicionário de dietética e de nutrição / Pierre Dukan; tradução de Lucy Magalhães. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.

NUTRACÊUTICOS





A incidência de morte devido a doenças cardiovasculares, câncer, acidente vascular cerebral, arteriosclerose, enfermidades hepáticas, dentre outros, pode ser minimizada através de bons hábitos alimentares e é com o intuito de mostrar que o alimento pode ser utilizado como finalidades terapêuticas que vamos falar sobre os nutracêuticos.
Os nutracêuticos são alimentos ou parte dos alimentos que apresentam benefícios à saúde, incluindo a prevenção e/ou tratamento de doenças.
O termo nutracêutico define uma ampla variedade de alimentos e componentes alimentícios com apelo médico ou de saúde. O termo vem de “nutri”, nutriente e “cêutico”, de farmacêutico, ou seja, alimentos que nutrem e promovem saúde.
Sua ação varia do suprimento de minerais e vitaminas essenciais até a proteção contra várias doenças infecciosas.
Os nutracêuticos podem ser fibras dietéticas, ácidos graxos poliinsaturados, proteínas, peptídios, aminoácidos ou cetoácidos, minerais, vitaminas antioxidantes, entre outros.
É importante saber que existem diferenças entre os nutracêuticos e os funcionais, onde o alvo dos nutracêuticos é significativamente diferente dos alimentos funcionais, ou seja, enquanto a prevenção e o tratamento de doenças dizem respeito aos nutracêuticos, apenas a redução do risco da doença, e não a prevenção e tratamento da doença estão envolvidos com os alimentos funcionais. Uma outra diferença é que os nutracêuticos incluem suplementos dietéticos e outros tipos de alimentos, já os funcionais devem estar na forma de um alimento comum.
Enfim, inúmeros fatores afetam a qualidade de vida na atualidade, de forma que a população deve conscientizar-se da importância dos alimentos que contem substâncias que auxiliam a promoção da saúde, trazendo com isso uma melhora no estado nutricional e através desse Blog vamos conhecer alguns alimentos como nutracêuticos e nos beneficiar destas informações, para que possamos e usufruir das propriedades daquilo que ingerimos, melhorar nossos hábitos alimentares e passar a analisar o alimento não só como comida, mas também como remédio.


Referencias Bibliográficas

Revista Eletrônica de Farmácia Vol 3(2), 109-122, 2006, ALIMENTOS FUNCIONAIS E NUTRACÊUTICOS: DEFINIÇÕES, LEGISLAÇÃO E BENEFÍCIOS À SAÚDE.


NUTRACÊUTICOS, ALIMENTOS FUNCIONAIS E FITOTERÁPICOS: O USO DAS PLANTAS
NA PROMOÇÃO, PREVENÇÃO E RESTAURAÇÃO DA SAÚDE.
Evi Clayton de Lima Brasil (2), André de Lima Gomes (1), Monnara Lúcio da Silva Bezerra (1), Juliana Alencar da Cunha Férrer (2), Mônica da Costa Batista (2), Rachel Rose Carvalho de Oliveira (2), Climério Avelino de Figueredo (3), Berta Lúcia Pinheiro Kluppel (3) Centro de Ciências da Saúde/Departamento de Ciências Farmacêuticas/Núcleo de Estudos homeopáticos e Fitoterápicos/MONITORIA.

Alimentos Funcionais: AÇAÍ


A região amazônica apresenta grande quantidade de plantas perenes, com particular relevância as espécies frutíferas. Dentre essas frutas, destaca-se o açaí. O açaí, plameira Euterpe oleracea Martius, muito conhecida como açaizeiro, é nativa da Amazônia e tem-se destacado pelo potencial dos seus produtos, em especial pela importância econômica para a fruticultura regional. A produção de açaí, na microregião de Belém, ocorre em todos os meses do ano, porém concentra-se no segundo semestre, principalmente entre os meses de setembro e dezembro. Nas regiões produtoras, o produto derivado do açaí, predominantemente, é a polpa, comercializado normalmente à temperatura ambiente quando é imediatamente consumida, ou após certo período de refrigeração. Quando se destina aos comércios distantes, a polpa é congelada, porém essa técnica de conservação provoca danos irreversíveis ao alimento, como perdas vitamínicas, alterações reológicas e de cor, que modificam as propriedades originais. É altamente perecível e de fácil deterioração, a temperatura ambiente, sua durabilidade é de poucas horas e sob refrigeração, o tempo máximo de conservação é de 12 horas. Os fatores responsáveis por essas modificações são de natureza microbiana, enzimática e química, ocasionando reações de oxidação, redução dos teores de antocianinas e depigmentação da polpa, alterando as características desse produto com consequente desvalorização sensorial e até mesmo nutricional. Novos métodos de conservação dessa polpa foram estudados como a desidratação, irradiação e emprego da alta pressão hidrostática visando prolongar a vida de prateleira e preservando as características originais do produto. A polpa desse fruto tem sido objeto de estudo de alguns estudos em função do seu valor nutritivo e sensorial, sendo inclusive considerada como um alimento nutracêutico face ao seu rico conteúdo de antocianinas, pigmentos hidrossolúveis responsáveis pela cor avermelhada do fruto. As antocianinas tornaram-se conhecidas por suas diversas propriedades farmacológicas e propriedades medicinais, incluindo anticarcinogênica, antiinflamatória e antimicrobiana, prevenindo a oxidação de lipoproteína de baixa densidade (LDL), enfermidades cardiovasculares e doenças neurológicas. Além das antocianinas, esse fruto contém lipídios, proteínas e fibras de alto teor vegetal (cerca de 53% em base seca), além de ser fonte de ácidos graxos essenciais (AGE), colocando o fruto em uma condição atraente para o mercado de alimentos funcionais.

O uso de matérias - primas ricas em ácidos graxos mono e poliinsaturados é de grande interesse para as indústrias de alimentos e bebidas que buscam alternativas para a elaboração de produtos mais saudáveis, ajudando na prevenção de doenças cardiovasculares. A composição e quantidade de pigmentos contidos na fina casca de cor preta do fruto não tem sido estudada, apesar da coloração intenda que indicaria a possibilidade do fruto do açaizeiro se importante fonte de pigmentos naturais especialmente considerando a abundância da matéria - prima e a ausência de efeitos tóxicos. Seu consumo na região Norte do Brasil se faz, em geral, combinado com outros alimentos regionais ou, ainda, na forma de sorvetes, cremes, mingaus, geléias e licores. No Sudeste, o açaí é consumido de forma distinta da praticada na região Norte, pois o objetivo dos consumidores é a ingestão de um alimento energético e nutricionalmente completo. Para essa finalidade são adicionados ao açaí cereais, frutas e carboidratos de assimilação rápida para compensar sua deficiência em açúcares simples.

Esperando uma receitinha diferente para fazer em casa? Que tal preparar para o almoço de hoje um Filé de Peito de Frango ao Molho de Açaí?


FILÉ DE PEITO DE FRANGO AO MOLHO DE AÇAÍ


Ingredientes:

1 Kg de filé de peito de frango

1 colher (sopa) de azeite

1 cebola pequena picadinha

alecrim, alho picado, sal e pimenta-do-reino à gosto


Para o molho de açaí:

2 xícaras (chá) de água

1 1/2 tablete de caldo de legumes

1 colher (sopa) de farinha de trigo

1 xícara (chá) de polpa de açaí

1/2 xícara (chá) de vinho branco suave

3 colheres (sopa) de requeijão

sal e castanha - do - Brasil à gosto


Modo de preparo:

Numa tigela, tempere o filé de peito de frango com azeite, cebola picadinha, alecrim, alho picado e pimenta-do-reino e deixe descansar por 15 minutos.

Numa frigideira, aqueça o azeite e frite os peitos de frango (temperados) até ficarem dourados. Reserve.

Numa panela em fogo médio, aqueça a água e dissolva o caldo de legumes e farinha de trigo. Depois misture a polpa de açaí, o vinho branco, o requeijão, o sal. Deixe o molho engrossar um pouco e sirva acompanhando os filés de frango (reservados acima) com um pouco de castanha-do-Brasil por cima.



Referência Bibliográficas:

MENEZES, Ellen Mayra da Silva. Valor nutricional da polpa de açaí (Euterpe oleracea Mart) liofilizada. Acta Amaz. [online]. 2008, vol. 38, n.2, Manaus.

BOBBIO, Florinda O. Identificação e quantificação das antocianinas do fruto do açaizeiro (Eutere oleracea). Ciênc. Tecnol. Aliment. [online]. 2000, vol. 20, n.3, Campinas, set./dez.

NASCIMENTO, Ruthynéia Joana Silva do. Composição em ácidos graxos do óleo da polpa de açaí extraído com enzimas hexano. Rev. Bras. Frutic. [online]. 2008, vol.30, n.2, Jaboticabal, jun.


sábado, 24 de outubro de 2009

BETAÍNA


BETAÍNA
A betaína é uma substancia alcalóide, que contem ácido clorídrico na sua composição. Distribuída amplamente em animais, plantas e microorganismos e rica em fontes alimentares incluindo frutos do mar, especialmente invertebrados marinhos, gérmen ou farelo de trigo, espinafre, beterraba e tem também sido usada como variedade de sais em preparações de desordens do fígado e gastrointestinais, hipopotassemia e homocistinúria, assim como para produzir dióxido de carbono em pacientes submetidos a processos radiográficos de duplo contraste. Ela também se mostra como um nutriente muito importante na prevenção de doenças cardiovasculares.
O principal efeito fisiológico da betaína é como osmólito, ela protege as células, proteínas e enzimas de estresse ambiental como salinidade ou extrema temperatura. Como um doador de radicais metil, a betaína participa do ciclo da metionina , primariamente no fígado e rins humano. O consumo inadequado de grupos metil leva a hipometilação em vias muito importantes como o distúrbio no metabolismo de proteínas hepáticas, determinado pela alta concentração de homocisteína plasmáticas e diminuição das concentrações de S-adenosilmetionina e metabolismo inadequado das gorduras hepáticas, o que leva a esteatose (acumulação de gordura) e conseqüentemente dislipidemias. Esta alteração no metabolismo hepático pode contribuir para várias patologias, incluindo doenças coronarianas, cerebrais, hepáticas e vasculares. A betaína tem mostrado proteger órgãos internos e melhora os fatores de risco de doenças vasculares. A betaína é usada como tratamento de acloridria,também conhecida como hipocloridria, que é a ausência de produção de ácido clorídrico no estômago, ela tem importante atuação nesse tratamento pois trata-se de um agente utilizado como fonte de ácido clorídrico.
Procure um nutricionista e passe a ter uma dieta rica em Betaína, enquanto isso que tal uma receitinha de bolo de beterraba?

BOLO DE BETERRABA
• 1 copo de beterraba picada (crua);
• 2 copos e meio de farinha de trigo;
• 1 copo de açúcar;
• 1/2 copo de óleo;
• 2 ovos;
• 1 copo de leite;
• 1 colher de sopa de fermento em pó.


MODO DE PREPARO

Bater todos os ingredientes no liquidificador, colocando o fermento por último, depois que todos os outros tiverem já bem batidos é só colocar em uma forma untada e esperar assar.


Referência Bibliográfica:

CRAIG, SAS. Betaine in human nutrition. Am J Clin Nutr, 2004.

DICIONARIO DE VITAMINAS: UM GUIA COMPLETO PARA A VITAMINOTERAPIA de Leonard Mervin - 1899 - Health & Fitness.

www.viafarmanet.com.br, 24/10/2009 às 09:45.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Chá de Calêndula


A Calêndula ou Calendula officinalis L é uma planta ornamental, de folhas ovais, flores amarelas, largas, raiz amarelo-clara e sementes em forma de barquinho. Também conhecida como Malmequer, maravilhas do campo, calêndula do jardim cresceu nos jardins europeus e desde o século 12 já era usada medicinalmente e a maioria das preparações das flores é empregada como extratos, tinturas, bálsamos e pomadas e aplicada diretamente sobre a pele para auxiliar na cura de feridas e para pele inflamada e danificada. O chá de Calêndula é utilizado para lavar os olhos, fazer gargarejo ou compressa para tratar conjuntivite, faringite, estomatite e gengivoestomatite, erupções cutâneas de fraldas dentre outras condições inflamatórias da pele e mucosa.
A Calêndula pertence à família Compositae/ Asteracea, tem brotamento anual e seu florescimento se dá de maio até outubro, suas flores são utilizadas medicinalmente. A propagação por sementes, principal método de reprodução das plantas na natureza, é a maneira mais usual de propagação nos cultivos agrícolas (Hartmann et al.,1990). Também, deve-se considerar que a propagação por sementes é mais fácil e econômica que a propagação vegetativa e a micropropagação (Pereira et al., 1995).
Na Calêndula pode-se encontrar: flavonóides, glicosídeos, carotenóides, xantofilas, tocoferol (vitamina B7), mucilagem, triterpenos sendo que estes apresentam importante atividade anti-inflamatória, o creme de Calêndula acelera a cicatrização cutânea e por isso cura ou diminui gastrite e úlcera duodenal. As mucilagens agem como restauradores da pele nos casos de difícil cicatrização enquanto que os flavonóides reforçam a ação cicatrizante, sendo úteis também nas cólicas menstruais.
Um estudo com 170 pacientes com úlcera duodenal e/ou gastroduodenite, foram tratados com uma combinação de ervas incluindo a Calêndula e obtiveram 90% de melhora dos sintomas. Em vários estudos os triterpenóides da calêndula inibiram a inflamação induzida experimentalmente em ratos. Portanto calêndula está indicada para afecções inflamatórias cutâneas e internas. Sua posologia para uso interno em Infuso é de 10 a 15 g de folhas e flores em 1 litro de água fervente (3 xícaras ao dia). Quanto ao uso externo, pode ser em forma de pomadas: 8 a 15% e banhos: 50 g da planta por litro de água.
As reações alérgicas por uso de calêndula são possíveis, porém raras. Não há relato sobra a sua toxicidade crônica. Em animais observou-se aumento do tempo de sono quando tratados com calêndula, portanto, por precaução, pacientes em uso de sedativos devem evitar o uso interno da planta. O uso de calêndula está contra-indicado em gestantes devido a sua presumida atividade útero estimulante.


Referências Bibliográficas:

ACEVEDO J, LOPEZ J, CORTES G. In vitro antimicrobial activity of various plants extracts used by purpecha against some enterobacteriaceae. It J Pharma cog 1993;31:61-64.
BALBACH, ALFONS. As plantas Curam. 2ª edição. 1995; 72.
BERTONI, B.W. Propagação clonal e gâmica de Calendula officinalis L. 1999. 77f. Tese (Mestrado) Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Chá de Gengibre


Gengibre (Zingiber officinale Roscoe), é uma planta originária da Índia e da Ásia Tropical. A parte usada é o rizoma e é pertencente à família da Zingiberaceae.
Constituído de óleo volátil (1 a 3%): citral, gingeróis, borneol, acetatos..., amido (40 a 60%), proteínas (10%), gorduras (10%), princípios amargos, ácidos orgânicos, sais minerais e resina.
Nas suas atividades farmacológicas, foi analisado a ação do gengibre no processo inflamatório, sendo verificado a inibição da prostaglandina e da biossíntese de leucotrienos. A ação antiagregante plaquetária do gengibre se deve à ação do gingerol, provavelmente por inibição do metabolismo do ácido araquidônico. Dentre os fitoterápicos que alteram a coagulação sanguínea, foram considerados em um estudo ginkgo biloba, alho em comprimido, ginseng e gengibre. O gengibre tem sido amplamente utilizado na Índia e na China como produto medicinal há pelo menos 2500 anos18, 19. Estudos "in vitro" sugerem que os efeitos antiinflamatórios do gengibre estão relacionados com a inibição do metabolismo do ácido araquidônico20, 21, com diminuição da agregação plaquetária e redução da produção de tromboxano22.
Estimula o trato gastrointestinal aumentando o peristaltismo e o tônus da musculatura intestinal e possui atividade amebicida e antiémetico. O estrato alcoólico de gengibre aplicado na pele de camundongo Sencar, espécie utilizada como modelo para tumor de pele, apresentou efeito inibitório do desenvolvimento deste tumor.
O gengibre é um remédio antiemético botânico mencionado para alívio das NVPO (Náusea e vômito no pós-operatório), porém as evidências disponíveis ainda são restritas para recomendar esta modalidade de tratamento na prática clínica. Há necessidade de novas pesquisas abordando o gengibre para o gerenciamento de NVPO (11).
Não deve ser utilizada em pacientes com cálculos biliares, pois pode ocorrer efeitos colaterais.


Como ingerir a raiz:
Chá de gengibre - Leve ½ litro de água ao fogo e aqueça até 37 ºC (nessa temperatura, você ainda coloca o dedo na água sem incômodo). Despeje o líquido sobre 2 colheres (sopa) do gengibre cru ralado, tampe e deixe em repouso por cerca de dez minutos. Cuidado: o gengibre perde as propriedades em água muito quente. O recomendado é tomar ½ litro da bebida por dia, dividido em cinco doses iguais. Tome o chá sempre depois das refeições.



Referências:

Daniele Alcalá PompeoI; Adriana Cristina NicolussiII; Cristina Maria GalvãoIII; Namie Okino Sawada, Artigo sobre Intervenções de enfermagem para náusea e vômito no período pós-operatório imediato, Acta paul. enferm. vol.20 no.2 São Paulo Apr./June 2007, disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-21002007000200013&script=sci_arttext.

Marco Willians Baena DestroI; Manlio Basílio Speranzini, TCBC-SPII; Cristina DestroIII; Camila GuerraIV; Guêiguila Cristina ReccoV; Luís Gustavo Capochin RomagnoloVI, Artigo sobre Estudo da utilização no pré-operatório de medicamentos ou drogas fitoterápicas que alteram a coagulação sangüínea, Rev. Col. Bras. Cir. v.33 n.

Rio de Janeiro mar./abr. 2006, disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-69912006000200010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
Carvalho, J. C. T., Fitoterápicos anti-inflamatórios Aspectos químicos, farmacológicos e aplicações terapêuticas, Ribeirão Preto,SP, Tecmedd,2004.

domingo, 18 de outubro de 2009

Alimentos funcionais: Algas Marinhas Espirulinas


As algas marinhas constituem um grupo heterogêneo de vegetais encontrados abundantemente em todos os ecossistemas. São fonte de uma grande variedade de compostos benéficos para o homem, apresentando diversas aplicações em nutrição animal e humana, indústria de alimentos, fertilização do solo e outras áreas biotecnológicas.
Os radicais livres e outros derivados ativos do oxigênio são inevitavelmente co-produzidos em algumas reações biológicas e exercem papel fisiológico importante. No entanto, essas espécies reativas têm sido descritas como fatores que participam diretamente dos mecanismos fisiopatológicos relacionados com a continuidade e as complicações de diversos estados patológicos como a aterosclerose, a diabetes, o câncer, a artrite reumatóide, entre outros. Dessa forma, a terapia antioxidante preveniria o desenvolvimento e a progressão dessas complicações. As algas marinhas representam uma importante fonte de substâncias antioxidantes naturais, uma vez que têm sistemas de defesas antioxidantes bem desenvolvidos.
As algas estão sempre submetidas a rápidas variações de intensidade de luz e concentrações de O2 e CO2 ao longo da coluna de água e, assim, sua sobrevivência depende de uma resposta eficiente ao estresse oxidativo. Por essa razão, esses organismos podem representar uma importante fonte de substâncias antioxidantes naturais tanto para as indústrias alimentícias como para as farmacêuticas.
Vários componentes fisiológicos são conhecidos pela capacidade de inativar ou neutralizar radicais livres, como o α -tocoferol, o ascorbato, o β-caroteno, o ácido úrico, a ubiquinona, a transferrina, a ceruloplasmina, entre outros.
As algas também são ricas em polissacarídeos e minerais, entretanto, poucas algas têm sido usadas amplamente como plantas comestíveis.
A constatação da atividade antioxidante poderia elevar potencialmente seu valor como alimento humano ou aditivo e expandir seu mercado consumidor. No Brasil, particularmente, as algas são pouco exploradas comercialmente, sendo quase que restrita a exploração de alguns gêneros de algas vermelhas.
O problema da desnutrição protéica vem preocupando as autoridades ligadas aos setores de saúde pública há várias décadas, especialmente a Organização Mundial da Saúde (OMS), cujos técnicos têm debatido novas fontes protéicas alimentares bem como normas a serem adotadas para seu uso na alimentação humana. Nesse sentido, microorganismos têm recebido atenção especial como fonte alternativa de proteína na dieta. Entre os vários microorganismos que vêm sendo estudados, a alga verde-azulada espirulina é considerada um microorganismo promissor, devido ao seu alto teor protéico (65 a 70% de seu peso seco) e abundância em vitaminas e minerais.
Espirulina é uma alga verde azulada de forma helicoidal que cresce normalmente em águas de lagos naturalmente alcalinos, localizados em zonas áridas. Embora a água desses lagos não possa ser usada para irrigação, pode ser utilizada para o cultivo de espirulina. A espirulina possui algumas vantagens sobre as outras algas, dentre as quais podemos citar paladar agradável, não apresenta problemas na sua digestão e nem toxicidade aparente aos humanos. Apresenta, ainda, ações antioxidantes e hipocolesterolêmica.
Em geral, as algas podem ser encontradas na maioria dos grandes supermercados ou em lojas de produtos asiáticos. Apresentam-se sob diversas formas:
• Algas secas, utilizadas como condimento para aromatizar pratos de peixe ou frutos do mar. Pode-se reidratá-las, deixando-as segundos em água, para fazer saladas.
• As algas frescas se utilizam como a alface ou as vagens, ou como guarnição de pratos de peixe (peixe assado envolvido em papel alumínio). Começam a ser encontrados pratos preparados com algas e croquetes de peixe com alface do mar.
• Certos extratos de algas, como o Agar-Agar ou os olginatos, são usados como aditivos alimentares, para espessar ou geleificar muitas sobremesas. Sua textura e sua riqueza em proteínas são também muito úteis na confecção de produtos light (salsichas e até chocolate com algas). São também encontradas em farmácias, como mucilagens intestinais ou protetores estomacais.

Referências:

ROCHA, Fabíola Dutra; PEREIRA, Renato Crespo; KAPLAN, Maria Auxiliadora Coelho and TEIXEIRA, Valéria Laneuville. Produtos naturais de algas marinhas e seu potencial antioxidante. Rev. bras. farmacogn. [online]. 2007, vol.17, n.4, pp. 631-639. ISSN .

ROGATTO, Gustavo Puggina et al. Influência da ingestão de espirulina sobre o metabolismo de ratos exercitados. Rev Bras Med Esporte [online]. 2004, vol.10, n.4, pp. 258-263. ISSN .

RAYMUNDO, Melissa dos Santos; HORTA, Paulo and FETT, Roseane. Atividade antioxidante in vitro de extratos de algumas algas verdes (Chlorophyta) do litoral catarinense (Brasil). Rev. Bras. Cienc. Farm. [online]. 2004, vol.40, n.4, pp. 495-503. ISSN .

SOUSA, Márcia Barbosa de et al. α-, β-caroteno e α-tocoferol em algas marinhas in natura. Ciênc. Tecnol. Aliment. [online]. 2008, vol.28, n.4, pp. 953-958. ISSN .
DUKAN, Pierre, 1941 - Dicionário de dietética e de nutrição / Pierre Dukan; tradução de Lucy Magalhães. - Petrópolis, RJ : Vozes, 2005.

Alimentos Funcionais: ACEROLA


A acerola ou cereja das Antilhas (Malpighia glabra L., Malpighia punicifolia L. ou Malphigia emarginata DC.) é originária da América Tropical e seu principal atrativo é o alto teor de vitamina C (2 a 3g/100g de suco), sendo também rica em outros nutrientes como carotenóides, tiamina, riboflavina e niacina. A cor vermelha da acerola é decorrente da presença de antocianinas. Entretanto, a propagação da aceroleira por sementes tem gerado frutos com coloração que varia de amarelo a vermelho púrpura. No mercado, encontram-se vários produtos alimentícios de acerola, sendo as formas mais comuns de comercialização a acerola in natura, polpas congeladas e suco engarrafado. Os prazos de validade desses produtos, de acordo com os fabricantes, variam de 4 a 12 meses.
A vitamina C é essencial à saúde. Desempenha papel fundamental no desenvolvimento e regeneração dos músculos, pele, dentes e ossos, na formação do colágeno, na regulação da temperatura corporal, na produção de diversos hormônios e no metabolismo em geral. A falta dessa vitamina no organismo aumenta a propensão a doenças. A carência severa torna o organismo vulnerável a doenças mais graves, como por exemplo, o escorbuto. Entretanto, consumida em altas doses, pode provocar efeitos colaterais, tais como: diarréia, dor abdominal e cálculos renais em pessoas geneticamente predispostas. A necessidade diária de vitamina C varia conforme idade e condições de saúde. O teor de ácido ascórbico em 100g de polpa de acerola excede 1000mg, valor equivalente aos efervescentes no padrão 1g. Além de ser fonte potencial de vitamina C, a acerola é, também, importante fonte de beta-caroteno e de outros carotenóides, que, além de atividade pró-vitamina A, participam como antioxidantes no sistema biológico.
A ingestão de quantidades fisiológicas de antioxidantes tais como as vitaminas C, E e os carotenóides, pode retardar ou prevenir o aparecimento do câncer. Assim, o consumo de uma dieta rica em frutas e hortaliças, contendo quantidades dessas substâncias próximas às recomendadas nutricionalmente, contribui com a defesa antioxidante do organismo, inibindo danos oxidativos em macromoléculas.

VOCÊ SABIA?
A acerola tem 40 vezes mais vitamina C do que a laranja. Para um suco de laranja, você necessitaria de um copo de 200 ml. E de acerola somente uma pequena quantidade. Nós precisamos de 60 mg de vitamina C por dia, sendo que as pessoas que têm estresse, estão submetidas a um estresse muito elevado ou que fumam, essa quantidade pode aumentar.

LEMBRE-SE...
Nada em excesso é bom.

Referências:
LIMA, Vera Lúcia Arroxelas Galvão de. Flavonóides em seleções de acerola (Malpighia sp L.). 1- teor de antocianinas e flavonóis totais. Cienc. Rural [online]. 2000, vol.30, n.6. Santa Maria nov./dez. 2000.
ANDRADE, Ruth Sales Gama de. Determinação e distribuição de ácido ascórbico em três frutos tropicais. Eclet. Quím. [online]. 2002, vol.27, n. especial. São Paulo.
YAMASHITA, Fábio. Produtos de acerola: estudo da estabilidade de vitamina C. Ciênc. Tecnol. Aliment. [online]. 2003, vol.23, n.1. Campinas jan./abr.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Alimentos Funcionais - Berinjela


A berinjela (Solanum melongena, L.) é originária do leste e o do sudeste da Ásia e se difundiu pelo mundo a partir da Índia. Cultivada por pequenos produtores em praticamente todo o território brasileiro, a produção de berinjela sofre grandes perdas no período da safra devido ao excesso de oferta.
Nas primeiras décadas do século XX, foi confirmado que a berinjela (Solanum melongena L.) comum, escura, ingerida liquefeita crua e com casca é muito eficiente nesse particular, sendo procurado por pacientes com dislipidemia, principalmente, por possuir um efeito hipolipemiante, e hipocolesterolêmico além do alto teor de fibras contidas nesse alimento.
A dislipidemia é considerada um dos fatores de risco mais importantes para o desenvolvimento da doença arterial coronariana. Como resultado, tratamentos efetivos com fármacos foram desenvolvidos para combatê-la, porém, apresentam alto custo e efeitos colaterais. Considerando este fato, pacientes têm recorrido cada vez mais a tratamentos utilizando alimentos conhecidos científica e popularmente.
Vários autores demonstraram por testes em humanos e animais (ratos e coelhos) que esse vegetal tem a virtude de diminuir o colesterol e reduzir a ação das gorduras sobre o fígado, com o uso de suco de berinjela violeta escura com casca liquefeito com suco de laranja. Obtiveram com isso uma redução de até 30% no colesterol total e 43% na fração LDL-colesterol, sem alteração significativa das frações HDL-CL e VLDL-CL, bem como do peso corporal.
Estudos mostram que os Flavonóides isolados de S. melongena (berinjela)mostraram atividade antioxidante potente e os elevados níveis de glutationa e ação da catalase estimulada significativamente pode ser responsável pelo efeito antioxidante desses flavonóides. (Sudheesh et al., 1999).
Como foi dito, a berinjela possui um alto teor de fibras, além de possuir efeito hipolipemiante e hipocolesterolêmico, o que permite que a farinha de berinjela possa ser utilizada na elaboração de produtos de panificação (biscoitos e pães) e massas alimentícias, ampliando a oferta de produtos com alto teor de fibra, tanto para os consumidores sadios, quanto para aqueles que apresentam algumas patologias (constipação intestinal, alto nível de colesterol, obesidade, entre outras). O exemplo disso é o biscoito salgado que é aceito e consumido por pessoas de qualquer idade e possui poder atrativo, principalmente para as crianças. Sua longa vida de prateleira permite que sejam produzidos em grandes quantidades e largamente distribuídos. Um produto com tais características, aliadas a sua enorme diversidade, revela-se um bom veículo para o estudo de farinhas mistas, seja por razões econômicas, seja por razões nutricionais.
Por tudo isto, concluí-se que os resultados de pesquisas realizadas com a espécie Solanum melongena L. (berinjela) são de extrema importância para a redução da dislipidemia, em especial a hipercolesterolemia quando esta foi utilizada na forma de suco do fruto com casca. Todavia em alguns estudos citados nesta revisão é demonstrado que se faz necessário um aprofundamento maior sobre a sua eficácia, para que seus mitos e verdades venham a ser desvendados, comprovando seus benefícios sem causar danos à população que passe a utilizá-la, cabendo aos futuros pesquisadores este desafio.

Ingredientes do Biscoito de farinha de berinjela:

Farinha de trigo integral
Farinha de berinjela
Suco de limão
Gordura
Coco ralado
Flocos de aveia
Açúcar Mascavo
Sal

Referências:

FINCO, A.M.O., et al. Elaboração de biscoitos com adição de farinha de berinjela. Revista Brasileira de Tecnologia Agroindustrial. Paraná. ISSN: 1981-3686/ v.03,n.01: p.49-59, 2009.

PEREZ, Patrícia Maria Périco and GERMANI, Rogério. Elaboração de biscoitos tipo salgado, com alto teor de fibra alimentar, utilizando farinha de berinjela (Solanum melongena, L.). Ciênc. Tecnol. Aliment. [online]. 2007, vol.27, n.1, pp. 186-192.

GONCALVES, Maria da Conceição R. et al. Berinjela (Solanum melongena L.): mito ou realidade no combate as dislipidemias?. Rev. bras. farmacogn. [online]. 2006, vol.16, n.2, pp. 252-257.

domingo, 11 de outubro de 2009

UNHA DE GATO




UNHA DE GATO ((Uncaria tomentosa (Willd) DC). Devido rumores de propriedades miraculosas da Uncaria tomentosa (unha de gato) na região do Peru pelos índios Asháninka, foi despertado um grande interesse científico e comercial nos últimos anos para o uso dessa espécie vegetal. Os suplementos dietéticos a base de unha de gato (Cat´s clow) possuem diversas indicações entre elas: para abcesso, artrite, asma, câncer, efeitos colaterais da quimioterapia, contracepção, prevenção de doenças, febre, úlcera gástrica, hemorragia, inflamações, irregularidades menstrual, reumatismo, problemas da pele, inflamação do trato urinário e várias outra indicações.
O gênero Uncaria Schreb. Pertence à família Rubiaceae, subfamília Cinchonoideae. Possui 34 espécie concentradas no sudoeste da Ásia. Três espécies ocorrem no continente africano e duas (U. tomentosa e U.guaianensis) nas florestas tropicais da América do Sul – na bacia Amazônica – distribuídas de Belize e Guatemala ao Peru, Venezuela, Trindade e Suriname.
Os antigos Incas já utilizavam terapeuticamente e repassaram esse conhecimento aos índios nativos do Peru.
A planta medicinal unha-de-gato (Uncaria tomentosa) não deve ser confundida com outra planta também conhecida popularmente como unha-de-gato (Ficus pumila), uma trepadeira muito utilizada em paisagismo aqui no Brasil para cobrir muros e paredes.A unha-de-gato (Uncaria tomentosa) é uma trepadeira arbustiva que cresce apoiada geralmente em uma árvore, com folhas compostas, opostas e ovais. Seu nome popular foi inspirado na semelhança de seus espinhos com as unhas do gato .
Estabeleceu-se a existência de dois quimiotipos, um contendo alcalóides indólicos e oxindólicos pentacíclicos e outro contendo alcalóides indólicos e oxindólicos tetracíclicos.
Suas propriedades medicinais são: anti-reumática, antibacteriana, antiinflamatória, antimutagênica, antioxidante, antitumoral, antiviral, citostática, contraceptiva, depurativa, diurética, hipotensora, Imunoestimulante, regeneradora celular, vermífuga. As contra-indicações/cuidados devem-se ter com: mulheres grávidas e lactantes, crianças menores de três anos, pacientes com ou a receber transplantes de órgãos, enxertos de pele, em terapia de imunossupressão, usuários de hipotensivos (pois ela é hipotensiva), enfermidade autoimune, esclerose múltipla, tuberculose. Quanto aos efeitos colaterais a Unha-de-gato Uncaria tomentosa pode provocar: diarréia, alterar a consistência dos intestinos, náusea moderada.
As cascas e raízes podem ser utilizadas. Mas utilizam-se mais as cascas pela maior facilidade de obtenção.
Efeitos colaterais e toxicidade: Estudos realizados não demonstraram efeitos citotóxicos ou tóxicos. A Unha de Gato também tem sido documentada com princípios ativos possivelmente redutores da agregação plaquetária e "afinador" do sangue. Em primeiro lugar, verifique com seu médico se você está utilizando coumadin (varfarina)ou outro anticoagulante. A utilização destes deve ser descontinuada de uma semana a dez dias antes de qualquer procedimento cirúrgico importante. Também seu uso é contra indicado durante a gravidez e o aleitamento.
Devido aos seus efeitos imuno estimulantes, a unha de gato não poderia ser utilizada com medicações com a intenção de suprimir o sistema imunológico, como a ciclosporina ou outras medicações prescritas após transplante de órgãos . (Esta teoria ainda não foi comprovada cientificamente.)
Em casos de tratamento com antagonista histamínicos H2, pode ocorrer uma potencialização deste fármaco. Em indivíduos que utilizam laxativos frequentemente existe a possibilidade de desordens temporárias de peristaltismo, que desaparecem após poucos dias.
A automedicação é uma prática bastante comum não apenas no Brasil, mas também em outros países, por isso é necessário que se tenha cuidado com essa prática procurando os profissionais de saúde competente, os quais devem fazer as orientações para evitar efeitos adversos.
Nota importante: Esta unha-de-gato é da Região Amazônica, vegetação do Perú ao Nordeste Brasileiro. Não confundir com outras unhas-de-gato vendidas por raizeiros.

Referências
Carvalho, JCT. Fitoterápicos anti-inflamatórios: aspectos químicos, farmacológicos e aplicações terapêuticas/José Carlos Tavares Carvalho. Ribeirão Preto, SP: Tecmedd, 2004.
Resende, A. O Poder das Ervas. Vida Natural/Andrade Resende. 4ª Ed. IBRASA - São Paulo, SP. 2006
Schulz, V. Hänsel, R. Tyler, V.E. Fitoterapia Racional: Um guia de fitoterapia para as ciências da saúde. 4ª Ed. Manole. Barueri, SP. 2002
http://www.plantamed.com.br/fitoterapicos/Herbarium/Unha_de_Gato.htm

sexta-feira, 9 de outubro de 2009


Ribose (Explosão Muscular)
A ribose é uma substância usada pelo corpo para produzir o ATP — a fábrica de reposição da energia muscular. Sem a ribose, a capacidade do corpo de produzir ATP cai em até 50%, resultando em menos energia e, conseqüentemente, em uma exaustão prematura. Depois do surgimento da creatina, há mais de nove anos, atletas e pesquisadores começaram a procurar uma nova geração de suplementos para o aumento de performance. Com um mecanismo de ação único, a ribose faz parte dessa nova geração de suplementos que ajudam a aumentar a energia muscular. A suplementação com ribose pode estimular a produção de ATP imediatamente, permitindo, assim, que os músculos trabalhem de forma otimizada. Basicamente, ela ajuda a aumentar as reservas de energia para atividades anaeróbias intensas, fazendo com que os músculos tenham a energia necessária para explosões de força. Assim, a ribose parece ser especialmente importante em atividades que necessitam de força explosiva, como a musculação, as lutas, o basquete, o futebol e as corridas de velocidade.Esportistas e malhadores vêem os seguintes benefícios na suplementação com ribose:
· Acelera a recuperação muscular após exercícios intensos por meio da reposição das reservas de ATP, o que pode aumentar o volume das células;
· Repõe rapidamente as reservas de energia nas células musculares;
· Permite que os músculos aumentem sua capacidade de trabalho e mantenham os níveis de pico máximo.
As células musculares necessitam de um fornecimento constante de energia para conseguir a performance máxima durante esforços extenuantes. A ribose é considerada o ponto de largada para a produção do ATP — a molécula-chave que o corpo usa para a energia muscular. Essencialmente, sem a ribose a energia não existe. Exercícios intensos, como a musculação, causam uma diminuição significativa dos níveis de energia nos músculos. Na verdade, pode demorar 3 dias ou mais para que esses níveis de energia voltem ao normal. Porém, estudos recentes mostram que a suplementação com ribose acelera a recuperação de energia de todos os músculos. Sem a suplementação, a reposição é mais lenta e, com menos reservas de energia, o corpo não é capaz de trabalhar com muita intensidade, entrando em fadiga mais rapidamente. Uma vez que as reservas de energia estão em alta, os músculos têm disponível o combustível de que precisam para explosões intensas de força. Isso permite a prática de atividades físicas mais intensas e suportar pesos mais pesados, o que aumenta a força e as chances de um maior desenvolvimento muscular. È importante lembrar que este produto deve ser orientado por um nutricionista ou médico.
Artigos: REIS, Esther Camilo dos; SOUZA, Aguinaldo Robinson de. Estudo mecânico quântico dos confôrmeros da ribose. Física -Departamento de Química - Faculdade de Ciências - Campus de Bauru.
Dunne L, Worley S, Macknin M. Ribose versus dextrose supplementation, association with rowing performance: a double-blind study. Clin J Sport Med 2006;16(1):68-71.http://www.efdeportes.com/efd114/suplementacao-de-ribose.htm