domingo, 18 de outubro de 2009

Alimentos funcionais: Algas Marinhas Espirulinas


As algas marinhas constituem um grupo heterogêneo de vegetais encontrados abundantemente em todos os ecossistemas. São fonte de uma grande variedade de compostos benéficos para o homem, apresentando diversas aplicações em nutrição animal e humana, indústria de alimentos, fertilização do solo e outras áreas biotecnológicas.
Os radicais livres e outros derivados ativos do oxigênio são inevitavelmente co-produzidos em algumas reações biológicas e exercem papel fisiológico importante. No entanto, essas espécies reativas têm sido descritas como fatores que participam diretamente dos mecanismos fisiopatológicos relacionados com a continuidade e as complicações de diversos estados patológicos como a aterosclerose, a diabetes, o câncer, a artrite reumatóide, entre outros. Dessa forma, a terapia antioxidante preveniria o desenvolvimento e a progressão dessas complicações. As algas marinhas representam uma importante fonte de substâncias antioxidantes naturais, uma vez que têm sistemas de defesas antioxidantes bem desenvolvidos.
As algas estão sempre submetidas a rápidas variações de intensidade de luz e concentrações de O2 e CO2 ao longo da coluna de água e, assim, sua sobrevivência depende de uma resposta eficiente ao estresse oxidativo. Por essa razão, esses organismos podem representar uma importante fonte de substâncias antioxidantes naturais tanto para as indústrias alimentícias como para as farmacêuticas.
Vários componentes fisiológicos são conhecidos pela capacidade de inativar ou neutralizar radicais livres, como o α -tocoferol, o ascorbato, o β-caroteno, o ácido úrico, a ubiquinona, a transferrina, a ceruloplasmina, entre outros.
As algas também são ricas em polissacarídeos e minerais, entretanto, poucas algas têm sido usadas amplamente como plantas comestíveis.
A constatação da atividade antioxidante poderia elevar potencialmente seu valor como alimento humano ou aditivo e expandir seu mercado consumidor. No Brasil, particularmente, as algas são pouco exploradas comercialmente, sendo quase que restrita a exploração de alguns gêneros de algas vermelhas.
O problema da desnutrição protéica vem preocupando as autoridades ligadas aos setores de saúde pública há várias décadas, especialmente a Organização Mundial da Saúde (OMS), cujos técnicos têm debatido novas fontes protéicas alimentares bem como normas a serem adotadas para seu uso na alimentação humana. Nesse sentido, microorganismos têm recebido atenção especial como fonte alternativa de proteína na dieta. Entre os vários microorganismos que vêm sendo estudados, a alga verde-azulada espirulina é considerada um microorganismo promissor, devido ao seu alto teor protéico (65 a 70% de seu peso seco) e abundância em vitaminas e minerais.
Espirulina é uma alga verde azulada de forma helicoidal que cresce normalmente em águas de lagos naturalmente alcalinos, localizados em zonas áridas. Embora a água desses lagos não possa ser usada para irrigação, pode ser utilizada para o cultivo de espirulina. A espirulina possui algumas vantagens sobre as outras algas, dentre as quais podemos citar paladar agradável, não apresenta problemas na sua digestão e nem toxicidade aparente aos humanos. Apresenta, ainda, ações antioxidantes e hipocolesterolêmica.
Em geral, as algas podem ser encontradas na maioria dos grandes supermercados ou em lojas de produtos asiáticos. Apresentam-se sob diversas formas:
• Algas secas, utilizadas como condimento para aromatizar pratos de peixe ou frutos do mar. Pode-se reidratá-las, deixando-as segundos em água, para fazer saladas.
• As algas frescas se utilizam como a alface ou as vagens, ou como guarnição de pratos de peixe (peixe assado envolvido em papel alumínio). Começam a ser encontrados pratos preparados com algas e croquetes de peixe com alface do mar.
• Certos extratos de algas, como o Agar-Agar ou os olginatos, são usados como aditivos alimentares, para espessar ou geleificar muitas sobremesas. Sua textura e sua riqueza em proteínas são também muito úteis na confecção de produtos light (salsichas e até chocolate com algas). São também encontradas em farmácias, como mucilagens intestinais ou protetores estomacais.

Referências:

ROCHA, Fabíola Dutra; PEREIRA, Renato Crespo; KAPLAN, Maria Auxiliadora Coelho and TEIXEIRA, Valéria Laneuville. Produtos naturais de algas marinhas e seu potencial antioxidante. Rev. bras. farmacogn. [online]. 2007, vol.17, n.4, pp. 631-639. ISSN .

ROGATTO, Gustavo Puggina et al. Influência da ingestão de espirulina sobre o metabolismo de ratos exercitados. Rev Bras Med Esporte [online]. 2004, vol.10, n.4, pp. 258-263. ISSN .

RAYMUNDO, Melissa dos Santos; HORTA, Paulo and FETT, Roseane. Atividade antioxidante in vitro de extratos de algumas algas verdes (Chlorophyta) do litoral catarinense (Brasil). Rev. Bras. Cienc. Farm. [online]. 2004, vol.40, n.4, pp. 495-503. ISSN .

SOUSA, Márcia Barbosa de et al. α-, β-caroteno e α-tocoferol em algas marinhas in natura. Ciênc. Tecnol. Aliment. [online]. 2008, vol.28, n.4, pp. 953-958. ISSN .
DUKAN, Pierre, 1941 - Dicionário de dietética e de nutrição / Pierre Dukan; tradução de Lucy Magalhães. - Petrópolis, RJ : Vozes, 2005.

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