sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Termogênico





A cafeína é uma das drogas mais consumidas em todo o mundo. Presente em diversas espécies de plantas, é encontrada em chás, café, cacau, guaraná, chocolate e nos refrigerantes. (Braga, L.C. e Alves, M.P ; 2000).
Historicamente, a cafeína proveniente de fontes naturais, tem sido consumida e apreciada desde sempre, sendo o chá a bebida mais antiga que contém cafeína.
Muitas das ações que a cafeína exerce têm mecanismos semelhantes às das anfetaminas, cocaína e heroína, no entanto os seus efeitos são bem mais leves.
O efeito mais conhecido da cafeína é a sua ação como estimulante do Sistema Nervoso Central, tendo capacidade de chegar à corrente sanguínea e, deste modo, atingir o córtex cerebral exercendo aí os seus efeitos. Nos seres humanos estes efeitos traduzem-se por uma redução da fadiga levando à insônia, com uma melhoria da concentração e capacidade de pensamento mais clara e também na capacidade do desempenho de atividades motoras (A. M. Soares; B. R. Fonseca; 2004/05).
Outro modo de atuação da cafeína é de permitir que a adrenalina fique por mais tempo em atuação no corpo e com isso persistindo por mais tempo e com o aumento da atividade neuronal.
Aumenta também o metabolismo de contração dos músculos, diminuição da afluência sanguínea ao estômago e aumento da secreção da enzima lípase, uma lipoproteína que mobiliza os depósitos de gordura para utilizá-los como fonte de energia em vez do glicogênio muscular.
Este último efeito reduz a utilização de glicogênio muscular permitindo aumentar a resistência à fadiga.
Esses estudos sugeriram que a cafeína causou um aumento na disponibilidade de ácidos graxos livres para o músculo, os relatos mais recentes dizem que para que essa mobilização e disponibilização dos ácidos graxos como fonte de energia, depende diretamente dos exercícios propostos, sendo assim deve-se manter uma intensidade baixa à moderada.
A ingestão recomendada por Altiamri em 2008 foi de 6mg/kg para que aja um efeito ergogênico para os exercícios físicos.
Há dois importantes efeitos resultantes da ação da cafeína no sistema respiratório. Por um lado, há estimulação dos neurônios do centro respiratório que se encontra a nível cerebral, o que proporciona um aumento muito discreto da frequência e da intensidade da respiração, por outro lado ocorre um efeito local a nível dos brônquios, levando à sua maior dilatação, daí o sinergismo com os anti-asmáticos.
Smith A. (2002) concluiu que uma grande quantidade de cafeína consumida à noite faz com que os indivíduos tenham maiores dificuldades de dormir e uma redução na duração do sono. Há estudos que referem que altas doses de cafeína na dieta ( >200 mg), aumentam os níveis de ansiedade e podem induzir ataques de pânico. Indivíduos com problemas de ansiedade e pânico são especialmente susceptíveis aos efeitos da cafeína. Tudo isto sugere que o consumo deve ser controlado afim de evitar problemas de ansiedade e de sono, principalmente em indivíduos mais susceptíveis aos efeitos da cafeína, por esses motivos o melhor é evitar o consumo no final da tarde.
Lembrando que o uso da cafeína, assim como a quantidade recomendada deve ter indicação de um profissional especializado.

Braga, L.C. e Alves, M.P., A cafeína como recurso ergogênico nos exercícios de endurance. Rev. Bras. Ciên. e Mov. 8 (3): 33-37, 2000.

ALTIMARI et al. A ingestão de cafeína aumenta o tempo para fadiga neuromuscular e o desempenho físico durante exercício supramáximo no ciclismo. Brazilian Journal of Biomotricity, v. 2, n. 3, p. 195-203, 2008.

Altimari, L.R.; Cyrino, E.S.; Zucas, S.M.; Okano, A.H.; Burini, R.C. Cafeína: ergogênico nutricional no esporte. Rev. Bras. Ciên. e Mov. 9 (3): 57-64, 2001.

SILVEIRA, L.R., ALVES, A.A., DENADAI, B.S. Efeito da lipólise induzida pela cafeína na performance e no metabolismo de glicose durante o exercício intermitente. R. bras. Ci.e Mov. 2004; 12(3): 21-26.

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