sexta-feira, 11 de setembro de 2009

BCAA´S


BCAA´S


No século XIX recomendava-se uma dieta rica em proteínas para preservar a estrutura muscular e suprir os gastos energéticos. São encontrados aminoácidos de cadeia ramificada em todas as fontes de proteína animal, por isso que a WHEY PROTEIN é uma das fontes ricas em BCAA, tendo de 15 a 30% de aminoácidos de cadeia ramificada.
Os aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA, do inglês Branched Chain Amino Acids) são liberados pelo fígado durante a atividade motora, correspondem a cerca de 35% dos aminoácidos essências em proteínas musculares e, uma vez que a massa muscular de humanos é de cerca de 40-45% da massa corporal total, verifica-se que grande quantidade de BCAA está presente em proteínas musculares. Além disso, podem atenuar a perda de massa magra durante a redução de massa corporal; favorecendo o processo de cicatrização; melhorar o balanço protéico muscular em indivíduos idosos; e propiciar efeitos benéficos no tratamento de patologias hepáticas e renais.
No que concede a nutrição esportiva, os BCAA são extensivamente utilizados por atletas baseado na premissa de que esses aminoácidos podem promover anabolismo protéico muscular, atuar em relação à fadiga central, favorecer a secreção de insulina, melhorar a imunocompetencia, diminuir o grau de lesão muscular induzido pelo exercício físico e aumentar a performance de indivíduos que se exercitam em ambientes quentes.
Muitas funções são atribuídas aos aminoácidos de cadeia ramificada; dentre elas, é possível destacar aumento da síntese de proteínas musculares e redução da sua degradação, encurtamento do tempo de recuperação após o exercício, aumento da resistência muscular, diminuição da fadiga muscular, fonte de energia durante a dieta e preservação do glicogênio muscular.
Embora a maioria das alegações veiculadas não encontre ainda respaldo cientifico, estudos sugerem que a queda do desempenho possa estar vinculada à fadiga, a qual pode ocorrer por hipoglicemia e pelo aumento da serotonina, um neurotransmissor responsável pelas sensações de sonolência, devido ao aumento de captação do triptofano, um aminoácido precursor da serotonina. Por isso que é valida a suplementação de BCAA, pois eles competem com o triptofano pelo mesmo sistema transportador.
A administração do BCAA deve ser feita em média 1 hora antes do treino e 2 horas após o treino, pelo fato de que os aminoácidos de cadeia ramificada estimularem a produção de insulina e poder ocorrer remoção rápida da glicose circulante.
Valores medidos antes e após concluída uma maratona, revelam um decréscimo de 20% da concentração plasmática de BCAA, enquanto que após 90min de exercícios militares essa variação foi de 20 a 25% da concentração plasmática enquanto Struder et al. Observaram uma descida de 25% da quantidade plasmática de BCAA em tenistas após 4 horas de atividade, com isso podemos entender que um exercício físico que utilize força e resistência ao mesmo tempo, o individuo vai apresentar um decréscimo no percentual de BCAA plasmático.
Verifica-se que a ingestão de aminoácidos isoladamente aumenta a taxa de síntese protéica muscular. Contudo, o mais potente iniciador dessa síntese é a combinação de exercício de força com aumento da disponibilidade de aminoácidos.
A ingestão de uma mistura de aminoácidos ou de um hidrolisado de proteínas após uma sessão de exercício de força estimula a taxa de síntese protéica em músculo humano e promove balanço protéico muscular positivo. Diferentes teorias tentam explicar a ocorrência desse efeito, como o aumento da disponibilidade de aminoácidos promovendo o aumento do transporte dos mesmos para dentro da célula muscular, o que estimula a síntese protéica. Outra possibilidade é que esse efeito decorre de um grupo de aminoácidos, como os BCAA´S, ou de um único aminoácido, como a leucina.
No entanto, não existem evidencias comprovando o efeito dos BCAA´S no aumento da performance em indivíduos engajados em exercícios de endurance, todavia, essa intervenção nutricional pode atenuar a lesão muscular induzida pelo exercício.
Vale salientar que qualquer tipo de suplementação deve obter a indicação de um profissional especializado.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


• Isabel de Souza Carvalho, Bcaa (Aminoácidos de Cadeia Ramificada). Fitness & performance journal, Rio de Janeiro, v. 4, n. 5, p. 253, Setembro/Outubro 2005.
• Paulo Armada-da-Silva, Francisco Alves, Efeitos da ingestão dos aminoácidos de cadeia ramificada na fadiga central. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 2005, vol. 5 nº 1.
• Uchida M.C.. Bacurau A.V.N.; Aoki M.S.; Bacurau R.F.P. Consumo de aminoácidos de cadeia ramificada não afeta o desempenho em endurance. Ver Bras Med Esporte – Vol. 14, Nº1 – Jan/Fev, 2008.
• Mark Hargreaves. Fatores metabólicos na fadiga. Sports science exchange, Jun/Ago/Setembro – 2008.
• Mark Hargreaves. Controlando a fadiga nos esportes. Sports science exchange, Jun/Ago/Setembro – 2008.
• Rogero M.M.; Tirapegui J. Aspectos atuais sobre aminoácidos de cadeia ramificada e exercício físico. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, Vol. 44, n. 4, out./dez., 2008.

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