sábado, 12 de setembro de 2009

Dente de Leão


Taraxacum officinale Weber, é seu nome científico ou botânico, pertencente à família Asteraceae (Compositae), dela são utilizadas apenas folha e raiz. Planta de procedência européia, atinge até 50cm de altura com folhas arrosetadas e oblongas. Desenvolve-se ao pleno sol ou semi-sombra, tolera geadas e ventos, cresce sobre solos ácidos, úmidos e profundos e não tolera solos arenosos e argilosos. Tradicionalmente a dente de leão era empregada como remédio para icterícia e outras desordens do fígado e vesícula biliar e como um remédio para retenção hídrica. Geralmente, as raízes da planta têm mais atividade relacionada ao fígado e vesícula biliar, enquanto as folhas, atividade diurética.
A Taraxacum officinale contém um grande número de terpenóides, esteróis e princípios amargos (principalmente taraxacina e taraxacerina), além de outros esteróis livres como: sitosterina, estigmasterina e fitosterina, compostos estes relacionados com a atividade na vesícula biliar. Contém um terpeno antialérgico (desacetilmatricarina), porém ainda tem muito a ser investigado quanto à sua composição fitoquímica. Contém uma grande concentração de polissacarídeos , principalmente frutosanas e inulina. E em menor concentração, pectina, resina e mucilagem, além de vários flavonóides. A Taraxacum officinale é uma fonte rica de uma variedade de minerais como ferro, sílica, magnésio, sódio, potássio, zinco, manganês, cobre e fósforo. E vitaminas C, D, Betacaroteno (provitamina A), carotenóides, xantofilas e clorofila, além de muitas vitaminas do complexo B.
Sua atividade farmacológica deixa evidências experimentais indicando que Taraxacum officinale modula a taxa glicêmica, devido ao alto conteúdo de inulina (fibra de polissacarídeo composta de longas cadeias de moléculas de frutose, contida na planta) que atuam prevenindo as flutuações dos níveis de açúcar no sangue. A administração oral de extratos das raízes de Taraxacum officinale age como colagogo, aumentando o fluxo biliar. Em pesquisas experimentais em ratos, o extrato aquoso das folhas de Taraxacum officinale demonstrou ter ação diurética e ser fonte de potássio. A planta ainda restabelece experimentalmente a função imune suprimida em animais, aumentando a resposta imune mediada, humoral e imunidade não específica.
A planta completa se usa como tônico, aperitivo, laxante, colagoga, eupéptica, colerética, antiinflamatório de músculo liso, diurético, sudorífico e orexígeno (via oral) para casos de dispepsia, afecções do fígado, dos rins (cálculos renais e infecção urinária), vesícula biliar e cirrose hepática.
A Taraxacum officinale é considerada uma das plantas mais bem toleradas e até o momento não há evidências científicas de ocorrência de efeitos colaterais. Sendo necessário preocupar-se com a sua administração em termos de um possível efeito alergênico atópico em certos indivíduos.

Referências: ALFONS BALBACH. As plantas curam. 2ª edição. 1995; 106
• http://www.plantamed.com.br/plantaservas/especies/Taraxacum_officinale.htm
• JOSÉ CARLOS TAVARES CARVALHO. Fitoterápicos Antiinflamatórios: Aspectos Químicos, Farmacológicos. 276-278

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