quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Alimentos Funcionais - Probióticos -




Com o aumento na expectativa de vida da população, aliado ao crescimento exponencial dos custos médico-hospitalares, a sociedade necessita vencer novos desafios, através do desenvolvimento de novos conhecimentos científicos e de novas tecnologias que resultem em modificações importantes no estilo de vida das pessoas. A nutrição precisa se adaptar a esses novos desafios através do desenvolvimento de novos conceitos. Nesse contexto, os alimentos funcionais são conceitos novos e estimulantes.
Mas afinal, o que seriam os alimentos funcionais? É todo alimento ou ingrediente que, além das funções nutricionais básicas, quando consumido como parte da dieta usual, produz efeitos metabólicos, fisiológicos e/ou benéficos à saúde, devendo ser seguro para o consumo. Um alimento funcional pode ser classificado de acordo com o alimento em si ou conforme os componentes bioativos nele presentes, como, por exemplo, os probióticos, as fibras, os fitoquímicos, as vitaminas, os minerais, as ervas, os ácidos graxos ômega 3, além de determinados peptídeos e proteínas.
A definição de probióticos atualmente aceita internacionalmente é que eles são microrganismos vivos, administrados em quantidades adequadas que conferem benefícios à saúde do hospedeiro. A influência benéfica dos probióticos sobre a microbiota intestinal humana inclui fatores como efeitos antagônicos, competição e efeitos imunológicos, resultando em um aumento da resistência contra patógenos. Assim, a utilização de culturas bacterianas probióticas estimula a multiplicação de bactérias benéficas, em detrimento à proliferação de bactérias potencialmente prejudiciais, reforçando os mecanismos naturais de defesa do hospedeiro.
Dentre os microrganismos probióticos mais utilizados, destacam-se cepas de lactobacilos e bifidobactérias. O íleo terminal e o cólon parecem ser, respectivamente, o local de preferência para colonização intestinal dos lactobacilos e bifidobactérias. De modo geral, lactobacilos podem colaborar na digestão da lactose em indivíduos com intolerância a esse dissacarídeo, reduzir a constipação e a diarréia infantil, ajudar na resistência a infecções por salmonela, prevenir a “diarréia do viajante” e aliviar a síndrome do intestino irritável.
Bifidobactérias são conhecidas por estimularem o sistema imunológico e produzirem vitamina B, inibirem a multiplicação de patógenos, reduzirem a concentração de amônia e colesterol no sangue e ajudarem a restabelecer a microbiota normal após tratamento com antibióticos. Assim sendo, esses microrganismos são comumente utilizados em intervenções dietéticas que visam à melhoria da saúde dos indivíduos. O propósito da administração de produtos probióticos é resultar em microbiota intestinal balanceada, a qual, por sua vez, terá um impacto favorável sobre a saúde do consumidor. Os laticínios contribuem para a sobrevivência dos probióticos ao suco gástrico, por isso que eles são geralmente encontrados nos leites e seus derivados (iogurtes, queijos, etc), porém podem ser encontrados também em produtos não lácteos (derivados da soja).
Infelizmente, no caso de países como o Brasil, o acesso aos alimentos probióticos ainda é restrito às pessoas com maior poder aquisitivo, independentemente do nível de consciência em relação a um estilo de vida saudável.

Observação: Para garantir o efeito contínuo no organismo humano, os probióticos devem ser ingeridos diariamente.

Referências:

KOMATSU, T. R. et. al. Inovação, persistência e criatividade superando barreiras no desenvolvimento de alimentos probióticos. Rev. Bras. Cienc. Farm. vol. 44 no.3 São Paulo Julho/Setembro.2008

COPPOLA, M. M. et. al. Probióticos e resposta imune. Cienc. Rural vol. 34 no.4 Santa Maria Julho/Agosto.2004

SAAD, S. M. I. Probióticos e prebióticos: o estado da arte. Rev. Bras. Cienc. Farm. vol. 42 no.1 São Paulo Janeiro/São Paulo.2006

STEFE, C. A, et. al. Probióticos, prebióticos e simbióticos – artigo de revisão. Saúde & Ambiente em Revista, Duque de Caxias, v. 3, no.1, p. 16-33, Janeiro/Junho.2008

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