terça-feira, 1 de setembro de 2009

Epidemia de Obesidade.


EPIDEMIA DE OBESIDADE

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) o fenômeno atual da obesidade é considerado uma doença epidêmica. Esta doença é um problema nutricional com componentes ambientais, comportamentais, socioeconômicos e genéticos. É resultante de uma ingestão desequilibrada de alimentos (consumo calórico excessivo comparado com o gasto energético) podendo ser definida em termos de aumento do peso corporal ou alternativamente como aumento da gordura corporal total.

RAÍZES HISTÓRICAS

Os primeiros hominídeos, ancestrais dos seres humanos, surgiram nas savanas da África há pelo menos 5 ou 6 milhões de anos. Conseguir alimento naquele tempo era uma tarefa árdua, que significava perseguir a caça, andar horas e horas à procura de árvores frutíferas e disputar com outros carnívoros a posse das carcaças de animais, encontradas na direção do vôo de aves de rapina. Depois, o sacrifício de carregar as provisões nas costas para dar de comer à família na caverna.

A ausência de métodos para conservação de alimentos e a convivência intima com o flagelo da fome, num mundo constantemente ameaçado por feras e catástrofes naturais, privilegiaram a sobrevivência dos indivíduos capazes de ingerir grande quantidade de calorias de uma só vez e de armazenar o excesso sob a forma de gordura, recurso essencial para enfrentar os períodos de jejum que certamente viriam.

Por essa razão nosso cérebro, órgão responsável pelo controle do apetite começou a ser moldado para defender o estoque de energia obtida por meio dos alimentos. Esse mecanismo desloca o equilíbrio da balança entre fome e saciedade para o lado da fome.


FOME X SACIEDADE

O ato de comer depende do equilíbrio de 2 forças opostas: fome e saciedade. Nas refeições conseguimos comer muito mais do que nossas necessidades diárias, pois o mecanismo da saciedade demora alguns minutos para entrar em ação, por isso devemos mastigar bastante os alimentos e dá uma pausa após esvaziar o prato, antes de ceder ao impulso de repetir a refeição rapidamente.

O cérebro “criou” a fome, instinto tão irresistível quanto a sede, quando o estômago fica vazio e a taxa de glicose no sangue cai a níveis muito baixos, o estimulo para ir atrás de alimentos aumenta até se tornar quase insuportável. Os mecanismos que são responsáveis pela sensação de fome e saciedade que regulam a ingestão de alimentos são: o hormonal (insulina, grelina e leptina), o metabólico (glicemia) e o neural (hipotálamo e outras regiões do sistema nervoso central).


O hipotálamo é uma região do cérebro onde se encontram os centros da fome e da saciedade. Quando as reservas nutritivas do organismo de um individuo caem abaixo do normal, o centro da alimentação no hipotálamo fica muito ativo e ocorre o aumento da fome; por outra lado, quando as reservas nutritivas são abundantes a pessoa perde a fome ( estado de saciedade).

Tanto as informações de fome como as de saciedade são transmitidas através de impulsos nervosos entre os neurônios no cérebro, envolvendo a participação de muitos neurotransmissores ( seretonina, noradrenalina, dopamina). E é sobre a transmissão neural que ocorre a atuação dos fármacos anorexígenos e sacietógenos, que abordaremos mais adiante.

A fome que sentimos resulta de um equilíbrio ajustado entre esse circuitos antagônicos, construídos e selecionados por nossos antepassados remotos com a finalidade de resistir à falta de alimentos, numa época em que as refeições eram alternadas com longos períodos de jejum.
O que representou sabedoria do cérebro para enfrentar a penúria deu origem ao flagelo da obesidade em tempos de fartura.

Como conseqüência: Comer em excesso é um processo passivo e fácil de realizar. Comer pouco é um processo ativo que exige determinação e força de vontade.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Guia Pratico de Saúde de Bem-estar (Dráuzio Varella e Carlos Jardim).

• Programa de Desenvolvimento Profissional ao Farmacêutico Módulo I.

• www.jornaldaciencia.org.br acesso em 26 de agosto as 21hrs.

• O Cérebro Desconhecido (Helion Póvoa).

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